Conhecido como “cercamento eletrônico”, o monitoramento das vias internas de Porto Alegre em tempo real recuperou cinco vezes mais carros em maio deste ano do que no mesmo mês de 2018, quando passou a ser utilizado. Segundo a prefeitura, esse desempenho será ainda melhor à medida que mais pessoas baixarem o aplicativo #EuFaçoPoa.
Em maio de 2018, foram 37 alertas, sendo que destes oito veículos em situação de roubo/furto voltaram para seus respectivos donos. Já em maio deste ano, os 125 registros resultaram em 41 veículos recuperados. A ideia é permitir que os habitantes da capital gaúcha se sintam parte do projeto de combate ao crime.
Por meio da ferramenta “Detetive Cidadão” (disponível no aplicativo), é possível fotografar a placa de um veículo suspeito e verificar sua situação. Assim que ocorre um alerta de carro roubado ou furtado, o sistema emite uma notificação à Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Guarda Municipal.
O recurso tecnológico foi desenvolvido pela Procempa (Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre) e está disponível para sistemas Android e iOS, pondendo ser baixado gratuitamente nas plataformas Google Play e App Store. Até agora, já foram realizados mais de 25 mil downloads, metade deles neste mês, quando a administração municipal passou a divulgar uma campanha institucional.
Além do Detetive Cidadão, as forças de segurança ainda contam com tecnologias desenvolvidas pelo Município, como o Hórus, que agiliza o processo de identificação direta e despacho de veículos roubados no cercamento eletrônico. Cerca de 300 agentes já fazem uso deste aplicativo.
A eficácia é comprovada, também, na redução do número de ocorrências policiais: em abril de 2018, quando a Capital ainda não contava com o serviço, foram registrados 1.048 furtos e roubos de veículos. Um ano depois, caíram para 658, redução de 37%.
Estrutura
O cercamento eletrônico começou a ser desenvolvido no ano passado e conta com 93 locais com sistema de reconhecimento de placas, 162 pistas monitoradas, 115 por pardais, 47 por lombadas eletrônicas e 25 câmeras de monitoramento com capacidade de captura de placas.
Atualmente, monitora em média 850 mil placas por dia, cerca de 25 milhões/mês, com um índice de alerta diário de cinco veículos furtados ou roubados/identificados. Os alertas são acompanhados pelo Ceic (Centro Integrado de Comando) de Porto Alegre e pelo DCCI (Departamento de Comando e Controle Integrado) do Estado.
Outros benefícios do sistema são maior agilidade na troca de informações e a intensificação da cooperação entre Município e Estado para execução de ações mais assertivas no combate à criminalidade. O último balanço divulgado pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Rio Grande do Sul também comprova a eficácia da integração de informações. Os roubos de veículos diminuíram 41% de 1º de janeiro a 30 de abril.
Tecnologia e inteligência no cerco ao crime – A Capital gaúcha concentra mais da metade dos carros roubados no Estado. Para frear esse tipo de crime, a Prefeitura de Porto Alegre aplicou tecnologia aos pardais e lombadas, que passaram a ler placas e enviar informações sobre veículos em situação suspeita. Antes, cumpriam apenas seu papel de fiscalizar a velocidade.
O sistema representa uma inovação no uso da tecnologia como aliada da segurança, pois, com custo baixo, permite ampliar a capacidade de repressão ao crime pelas forças de segurança pública. Colabora, ainda, nas ações e análises de investigações criminais, já que é possível identificar e rastrear veículos, e suas rotas de fuga.
Os agentes da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) utilizam a tecnologia para planejar suas ações e blitze, contribuindo no processo de segurança de forma transversal. Mais informações sobre esses recursos podem ser obtidos no site www.portoalegre.rs.gov.br.
(Marcello Campos)
