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O nadador brasileiro Bruno Fratus diz que manter a Olimpíada é um “exemplo dramático de descaso com atletas”

Principal nadador brasileiro da atualidade diz que decisão é "completamente descabida". (Foto: Reprodução)

Principal nadador brasileiro na atualidade, Bruno Fratus afirmou que o fato de o COI (Comitê Olímpico Internacional) manter a realização dos Jogos de Tóquio é uma “decisão completamente descabida” e que isso é um “exemplo dramático de descaso com os atletas”.

“A decisão do COI em continuar, em manter a data dos Jogos Olímpicos só tira nossa tranquilidade, né? Porque não é só a questão dos Jogos Olímpicos em si, e como você vai se preparar para isso, sendo que está rolando uma pandemia global. Como você vai sair na rua, se expor, ir contra a orientação das autoridades e ao mesmo tempo expor sua família, expor todo mundo que compartilha o mesmo ambiente com você, expor a sua equipe. Eu acho que é uma decisão completamente descabida e eu gostaria de acreditar que isso só não mudou ainda porque eles precisam de um pouco mais de tempo para se organizar. Esse seria um exemplo extremamente dramático de descaso com os atletas”, afirmou Fratus.

O nadador, medalhista nos três últimos Campeonatos Mundiais na prova dos 50m livre, expressou sua insatisfação com o comitê e contou que está praticamente sem treinar. Ele mora em Coral Springs, na Flórida (EUA), onde faz suas atividades em uma piscina pública.

“As coisas nos Estados Unidos não estão simples também. Muitas das piscinas fechadas, muitas das piscinas nas quais a gente treina aqui são públicas, muitas vezes municipais ou estaduais. Então essas foram as primeiras a serem fechadas para evitar aglomeração de pessoas. E, com isso, fica impossível de treinar. Você não tem piscina, não tem academia. Não dá para treinar”, comentou.

Na quinta-feira (19), Fratus questionou no Twitter a presidente da comissão de atletas do COI, a ex-nadadora Kirsty Coventry, e pediu o adiamento das Olimpíadas.

“Kirsty, como colega nadador e atleta olímpico, eu te peço para reconsiderar e consultar com outros atletas pelo mundo. Não tenho certeza se você está sabendo que muitos atletas, como eu, estão incapazes de treinar. Além disso, o conselho para “continuar fazendo o que vocês estão fazendo” me parece desconectado com a realidade quando você vê líderes mundiais diariamente na televisão pedindo para as pessoas se isolarem”, escreveu no microblog.

Na quarta (18), o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, afirmou que a Olimpíada segue marcada para a data prevista, dia 24 de julho. O dirigente comentou que se reuniu com representantes dos atletas para traçar diretrizes para os próximos meses.

“Tive uma ótima reunião (por vídeo) com 220 atletas que estarão na Olimpíada de 2020. Todos eles perceberam que ainda temos mais quatro meses pela frente. Há muitas perguntas a serem respondidas sobre as restrições e dificuldades do sistema de classificação”, disse.

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