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O nadador norte-americano que mentiu sobre um assalto durante a Olimpíada do Rio de Janeiro voltou a ser punido. Dessa vez, ele se envolveu em um caso de doping

Ryan Lochte recebeu injeção de medicamento sem autorização. (Foto: Reprodução)

O atleta norte-americano Ryan Lochte, o segundo maior nadador olímpico de todos os tempos, mas que manchou o seu currículo em 2016 ao relatar um falso assalto com três colegas de equipe durante a Olimpíada do Rio de Janeiro, foi suspenso do esporte por 14 meses. Dessa vez, a punição foi causada pelo recebimento de uma infusão intravenosa sem autorização para uso terapêutico.

A punição foi anunciada nessa segunda-feira pela Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos, na sigla em inglês). A entidade informou ter tomado conhecimento da potencial violação quando o nadador de 33 anos postou em suas contas nas redes sociais – e logo depois deletou – uma foto sua recebendo a injeção.

O órgão ressalvou, entretanto, que a Lochte “cooperou plenamente” com a investigação. Lochte, vencedor de 12 medalhas (incluindo seis de ouro) nos últimos quatro Jogos Olímpicos, não estava usando uma substância proibida, mas que as regras de doping proíbem atletas de receber infusões ou injeções. A menos que tenham sido hospitalizadas ou contem com uma autorização especial.

“Em 24 de maio de 2018, Lochte postou uma imagem nas redes sociais mostrando-se recebendo uma infusão intravenosa”, disse a agência antidoping americana em um comunicado divulgado nesta segunda-feira.

“Uma investigação subsequente da Usada, com a qual a Lochte cooperou completamente, revelou que o nadador recebeu uma infusão intravenosa de substâncias permitidas em uma clínica de infusão em um volume maior que 100 mililitros em um período de 12 horas sem uma Isenção de Uso Terapêutico”.

“Infusões ou injeções intravenosas em volume superior a 100 mililitros em um período de 12 horas são proibidas em todos os momentos – exceto aquelas legitimamente recebidas durante o tratamento hospitalar, procedimentos cirúrgicos ou investigações diagnósticas clínicas sob o Protocolo da Agência Antidoping dos Estados Unidos para Jogos Olímpicos e Paralímpicos”, acrescentou.

O órgão norte-americano disse que a proibição é retroativa a 24 de maio, que foi o dia em que ele postou a foto, e vai até junho de 2019, mantendo assim o atleta fora dos próximos dois grandes encontros internacionais: o Pan Pacific Championships (no mês que vem) e o Campeonato Mundial de 2019, em Gwangju, na Coreia do Sul.

A punição também lança dúvidas sobre a meta declarada do nadador de integrar a equipe dos EUA para as Olimpíadas de 2020, em Tóquio (Japão).

Lochte, que na tarde desta segunda-feira realizou uma entrevista coletiva na Flórida para falar do incidente, também será retirado dos quatro eventos em que participaria nos campeonatos nacionais em seu país, que começam nesta quarta-feira em Irvine (Califórnia).

Brasil

A medida marca a segunda suspensão prolongada em dois anos para o medalhista olímpico, que anteriormente cumpriu uma punição de dez meses e foi obrigado a pagar 100 mil dólares em bônus por ter vandalizando um posto de gasolina no Rio de Janeiro com outros três nadadores norte-americanos durante uma noite em que estavam bêbados nos Jogos de 2016.

A tentativa de encobrir a história com um “assalto” ocasionou a perda de quatro patrocínios, incluindo acordos com as marcas Speedo e a Ralph Lauren. Além disso, Lochte enfrentou acusações de comunicação falsa de crime às autoridades brasileiras.

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