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O novo diretor-geral da Polícia Federal convocou a primeira reunião com a nova equipe e superintendentes

A reunião será a primeira de Galloro com a nova equipe. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O novo diretor-geral da PF (Polícia Federal), Rogério Galloro, convocou para a tarde desta sexta-feira (2) – ele toma posse no cargo pela manhã – uma reunião com os atuais e os novos diretores da instituição (ainda não nomeados) e com os superintendentes da PF nos Estados.

A reunião será a primeira de Galloro com a nova equipe. No encontro, ele vai apresentar as diretrizes de sua gestão e dizer o que pretende fazer até o fim do ano.

Os diretores escolhidos por Galloro para ocupar os cargos de confiança na Polícia Federal são ligados a Leandro Daiello, ex-diretor-geral.
Na condição de diretor-executivo da PF, Galloro trabalhou diretamente com Daiello, que deixou o cargo em novembro, substituído por Fernando Segovia, demitido no último dia 27.

Os novos diretores escolhidos por Galloro são os seguintes: Diretoria-Executiva – Silvana Helena Borges, atual número 2 da Secretaria Nacional de Justiça; Diretoria de Combate ao Crime Organizado – Elzio Vicente da Silva, atual superintendente da PF em Brasília; DIP (Diretoria de Inteligência Policial) – Umberto Ramos Rodrigues, ex-superintendente da PF em Goiás e ex-coordenador-geral de Defesa Institucional, responsável pelo gerenciamento das eleições, investigações de crimes eleitorais, crimes indígenas; Diretoria de Gestão de Pessoal – Delano Bunn, superintendente da Polícia Federal no Ceará; Diretoria de Logística – Fabricio Kelmer, ex-chefe de gabinete de Leandro Daiello.

Segovia

O ex-diretor-geral da PF Fernando Segovia, foi demitido na última terça-feira (27). Em 99 dias no cargo, ele provocou muita polêmica.
Foi o primeiro ato de Raul Jungmann no comando da nova pasta da Segurança Pública. A confirmação veio poucas horas depois da posse, no Palácio do Planalto, da qual Fernando Segovia participou.

Foram somente três meses como diretor-geral da Polícia Federal, mas, nesse curto período, Segovia se tornou o centro de uma crise, com atitudes e declarações que desgastaram o governo, delegados, e, por fim, a ele mesmo.

Fernando Segovia foi uma escolha pessoal do presidente Michel Temer, anunciada no dia 8 de novembro de 2017, gerando surpresa e, acima de tudo, críticas.

O nome dele atendeu à indicação de aliados do MDB, investigados na Operação Lava-Jato, e desconsiderando a opinião do ministro da Justiça, Torquato Jardim. A PF era subordinada a ele.

Pouco depois, veio o primeiro encontro de Temer com Segovia, fora da agenda oficial e sem a presença do ministro da Justiça.

Na cerimônia de posse, Segovia surpreendeu ao pôr em dúvida se “uma única mala” era suficiente para apontar pratica de corrupção – ele se referia à mala de R$ 500 mil, dada pelo executivo da J&F Ricardo Saud, ao ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures.

Na sexta (9), às vésperas do carnaval, Segovia deu uma entrevista controversa. Ele indicou tendência de arquivamento do inquérito que investiga Temer. No sábado (10), o relator do caso no Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, intimou Segovia e ordenou que ele não se manifestasse mais sobre as investigações.

Internamente, delegados do Grupo de Inquéritos que tramitam no Supremo desafiaram Segovia, afirmaram que não admitiriam qualquer ato que atentasse contra a autonomia nem que descaracterizasse a neutralidade político-partidária da PF.

Na segunda-feira (26), a reação veio da procuradora-geral da República. Raquel Dodge pediu ao ministro Barroso uma ordem judicial para que o diretor-geral se abstenha de “qualquer ato de ingerência, inclusive, de manifestações públicas a respeito das investigações” sob pena de afastamento do cargo.

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