O número de milionários no Brasil voltou a subir, depois de um período de queda que coincidiu com a recessão no Brasil. Em um informe publicado nesta terça-feira (13), a consultoria Knight Frank apontou que o País contava ao final do ano passado com 43,7 mil pessoas com uma fortuna superior a US$ 5 milhões.
Em 2012, o total de milionários brasileiros somava 58,3 mil pessoas. Mas o número caiu para 34 mil em 2016, em parte também por conta da desvalorização do dólar.
O número de brasileiros com uma fortuna acima de US$ 50 milhões também cresceu. Eles eram 3,2 mil em 2012. Mas o total caiu para 1,8 mil em 2016. Ao final do ano passado, essa taxa já era de 2,3 mil.
No mundo, o aumento de milionários foi de 9% em 2017, atingindo um total de 2,5 milhões de pessoas. Uma das expansões mais fortes foi a dos russos, com uma alta de 30%, chegando a 38 mil.
Em termos regionais, a América do Norte continua liderando em número de ricos, com 44 mil pessoas com uma renda superior a US$ 50 milhões. Mas a Ásia já superou a Europa na segunda colocação, com 35,8 mil pessoas nessa situação financeira. Até 2022, o continente asiático deve se aproximar aos números dos americanos.
A previsão é de que o número de “ultra-ricos” na China dobre em apenas cinco anos. Atualmente, são 207 mil pessoas com riqueza acima de US$ 5 milhões. Em 2022, esse número irá superar a marca de 425 mil.
Os americanos, porém, continuarão a liderar, com 1,1 milhão de pessoas nessa categoria.
O estudo que aponta para um mercado em expansão para a gama de luxo e imobiliário não faz qualquer tipo de referência à concentração de renda, denunciada por ONGs como Oxfam e outras nos últimos anos.
Previsões
O número de milionários no Brasil deve crescer 81% até 2022, de acordo com relatório do banco Credit Suisse publicado em novembro passado.
O banco ressalta que, como outros países latino-americanos, o Brasil tem uma parcela maior de pessoas na faixa de renda entre US$ 10 mil e US$ 100 mil que o restante do mundo, mas uma fatia menor nas esferas superiores.
“Isso pode dar uma impressão incorreta de que a desigualdade é menor que a média”, diz o estudo. “Na verdade, a desigualdade é relativamente alta, como apontado pelo índice Gini (que mede a desigualdade de renda) de 83%, e nossa estimativa é que 1% dos brasileiros detenha 44% da riqueza do País.”
O maior avanço percentual será registrado pela Argentina, com alta de 127%, de 30 mil para 68 mil. No mundo, o crescimento previsto no número de milionários é de 22% nos próximos cinco anos, de 36 milhões para 44 milhões, indica o Credit Suisse.
