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O número de sites fraudulentos teve um salto de 441% em dois meses no brasil

Os consumidores que têm evitado sair de casa estão intensificando o consumo pela internet. (Foto: Reprodução)

O resultado do isolamento voluntário dos brasileiros para conter o avanço do coronavírus no País já começa a se traduzir em compras na internet. Os consumidores que têm evitado sair de casa estão intensificando o consumo. Mas é preciso ficar atento às fraudes na internet, alertam especialistas.

Na primeira quinzena de março, o volume de vendas online cresceu 40%, segundo dados da Compre e Confie, empresa de inteligência de mercado para e-commerce do grupo ClearSale, especializada em soluções antifraude. Só o faturamento dos produtos de saúde cresceu 111% na comparação com o mesmo período de 2019.

O resultado positivo nos negócios, porém, emitiu um sinal de alerta para as empresas de meios de pagamento: a segurança do consumidor. O presidente da Mastercard Brasil, João Pedro Paro Neto, diz que a empresa tem sofrido cerca de 70 mil tentativas de fraude por dia. O desafio agora é garantir que as transações sejam mais eficientes durante a crise. “Em momentos de incerteza econômica, é necessário usar os instrumentos financeiros com responsabilidade”, diz Neto.

Se a margem do comércio eletrônico disparou nas últimas semanas, os chamados “fraudadores”, pessoas que roubam dados na web, também estão aproveitando a boa fase do aumento do consumo pela internet.

Dados extraídos da ferramenta “Transparency Report” do Google mostram que em temporadas normais, o número de sites que parecem legítimos para fazer os usuários digitarem informações pessoais não passa da casa dos 40 mil ao redor do mundo. No entanto, desde que a pandemia de coronavírus ganhou força, esse cenário mudou de cara: no dia 15 de março, a ferramenta apontou 159,3 mil sites inseguros. No dia 19 de janeiro, eram apenas 36,1 mil – um aumento de mais de 441% em apenas dois meses.

“O problema é que essa crise gerou um fluxo de pessoas fazendo compras no e-commerce pela primeira vez. Muitos vão aproveitar para capturar informações e fazer fraudes depois”, diz Omar Jarouche, diretor de soluções da ClearSale. Ele diz ainda que o boleto pode ser o maior vilão dos novos usuários porque não há mecanismos para identificar possíveis fraudes.

O presidente da Visa no Brasil, Fernando Teles, diz que o processo de educação financeira tem evoluído no Brasil, mas que o momento de quarentena exige planejamento e mais cuidado. “Não é hora de comprar coisas desnecessárias”, diz ele.

A dica dos especialistas em pagamentos virtuais é evitar links de ofertas, pesquisar a reputação das empresas, pagar via cartão de crédito e não colocar informações pessoais, como CPF, endereço e número do cartão, em páginas de estabelecimentos desconhecidos.

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