Em 2017, de 91.449 mil trabalhadores que estavam ocupados no Brasil, 14,4% (13.137 mil pessoas) estavam associados a sindicato, uma queda de 3,2% em relação a 2016 e a menor taxa desde o início da série histórica, em 2012 (16,2%). Os dados são de um levantamento divulgado nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De 2015 para 2016, a queda da população ocupada foi de 1,5% (-1.435 mil pessoas), enquanto a dos ocupados sindicalizados foi de 7,4% (-1.082 mil pessoas). Praticamente, metade da redução do contingente de sindicalizados foi proveniente da Indústria geral (-506 mil pessoas). Em 2017, apesar da discreta recuperação de população ocupada, isto não interrompeu a redução do contingente de associados a sindicato (queda de 3,2% em relação a 2016).
Regionalmente, a Região Norte apresentava a estimativa mais baixa (12,6%) e a Sul, a mais alta (16,2%). Todas as Grandes Regiões tiveram redução de 2015 para 2016. Isso se repetiu de 2016 para 2017, com exceção do Centro-Oeste que mostrou recuperação do indicador. A Região Sul teve os maiores percentuais em todos os anos, mas também foi a que mostrou a principal redução desse indicador entre 2012 (20,3%) e 2017 (16,2%).
Setor público
A maior taxa de sindicalização em 2017 ocorreu entre empregados no setor público (27,3%). Esse grupo representava 12,4% da população ocupada total (11.339 mil pessoas). Em seguida, estavam os empregados no setor privado com carteira assinada, com taxa de 19,2%. Eles tinham a maior participação na população ocupada em 2017 (36,3% ou 33.195 mil pessoas).
Os trabalhadores por conta própria tiveram uma das maiores quedas de taxa de sindicalização na série histórica, de 11,3% em 2012 para 8,6% em 2017. Esse grupo representa a segunda maior participação na população ocupada (25,3% ou 23.105 mil pessoas).
De 2016 para 2017, a maior queda na taxa de sindicalização ocorreu entre Trabalhadores familiares auxiliares (de 14,7% para 11,5%), seguido por Empregadores (de 17,4% para 15,6%) e pelos trabalhadores por Conta própria (de 9,7% para 8,6%). Os trabalhadores domésticos tinham a menor taxa de sindicalização (3,1%), seguidos por empregados no setor privado sem carteira assinada (5,1%); esses dois grupos representavam, respectivamente, 6,8% e 12,2% da população ocupada.
Em 2017, por grupamentos de atividade, Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais tinha a maior taxa de sindicalização (23,6%) em 2017, seguido por Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (21,1%). Alojamento e alimentação teve o maior crescimento de ocupados (10,6%), com acréscimo de 499 mil pessoas, mas reduziu ainda mais sua taxa de sindicalização, de 7,6% em 2016 para 6,8% em 2017. A Indústria geral, apesar da expansão em relação a 2016 (de 12,6% para 13,0% da população ocupada total), não recuperou a taxa de sindicalização dos anos anteriores, ficando em 17,1%.
Frente a 2012, os grupamentos de atividade da Indústria geral (-4,0 pontos percentuais) e de Transporte, armazenagem e correios (-3,3 pontos percentuais) tiveram as principais quedas da taxa de sindicalização. Os Outros serviços e os Serviços domésticos foram os únicos a não apresentarem retração do indicador nessa comparação.
Piauí e Maranhão lideram taxas de sindicalização
Com taxas de, respectivamente, 22,9% e 20,0%, Piauí e Maranhão são as Unidades da Federação com maior proporção de associados a sindicato, seguidos por Espírito Santo (18,5%), Rio Grande do Sul (18,2%), Santa Catarina (18,2%) e Distrito Federal (18,1%). Os menores índices estavam em Roraima (9,6%), Tocantins (9,5%), Rio de Janeiro (9,3%) e Alagoas (8,2%).
