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O objetivo da Operação Lava-Jato é execrar e condenar antes do julgamento, disse Lula

"Eu quero que eles saibam o que fiz nesse país e saibam que eu vou voltar. E temos consciência de que vamos fazer muito mais!", disse Lula. (Foto: Ricardo Stuckert)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o objetivo da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, é execrar e condenar pessoas antes de julgá-las e voltou a afirmar que é inocente, após a confirmação da condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do apartamento tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo.

“O objetivo da Lava Jato é execrar e condenar as pessoas antes do julgamento”, disse o petista durante evento de lançamento de seu livro A Verdade Vencerá – O Povo Sabe Por Que Me Condenam , em São Paulo. “Não sou ladrão, não tenho medo deles”, acrescentou Lula, que declarou ainda estar “tranquilo” e que enfrentará seus adversários. “Por isso, se diz que o Supremo é o garantidor da Constituição. Se não for, estaremos todos perdidos neste país”, discursou. “Não serei preso. Não cometi crime”, afirmou.

Lula, que lidera, com folga, as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República nas eleições de outubro, afirmou ainda que pretende voltar a governar o país, apesar da possibilidade de ele ser impedido de disputar a eleição, por conta da Lei da Ficha Limpa, que torna inelegível condenados por órgãos colegiados da Justiça.

O petista pode ainda ser preso em breve, após o julgamento dos embargos de declaração interpostos por sua defesa contra a condenação as 12 anos e 1 mês de prisão pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). Este tipo de recurso geralmente não tem a capacidade de alterar o mérito do julgamento, embora a defesa de Lula tenha feito este pedido.

“Eu quero que eles saibam o que fiz nesse país e saibam que eu vou voltar. E temos consciência de que vamos fazer muito mais!”, disse Lula no lançamento do livro.

O petista mirou suas baterias no juiz Sérgio Moro – que o condenou em primeira instância, afirmando que gostaria de debater com o magistrado – e no procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato.

“Se esse país fosse sério, o Conselho Nacional do Ministério Público teria exonerado esse cidadão (Dallagnol)”, disse Lula ao se referir a uma apresentação de Dallagnol à imprensa ao fazer a primeira denúncia contra Lula à Justiça.

Na noite de sexta, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido feito pela defesa de Lula que permitiria ao petista recorrer em liberdade e não ser preso logo após uma eventual rejeição do último recurso pendente pelo TRF-4 que questiona pontos da condenação dele no caso do tríplex.

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