A economia brasileira deve fechar 2017 crescendo a um ritmo anualizado de 2 por cento, refletindo vários dados setoriais que sinalizam que o PIB (Produto Interno Bruto) voltou a ganhar tração nos últimos meses, disse no sábado (26) o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
“A retomada da economia vai surpreender a muitos”, afirmou Meirelles, durante o 8º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais.
Citando dados recentes de vários setores da indústria, além da retomada da criação líquida de empregos, Meirelles também mencionou o processo de desalavancagem das empresas como fatores que dão lastro à leitura de que o País está saindo da maior recessão de sua história.
“A economia está voltando ao normal”, disse o ministro durante palestra.
Meirelles elencou ainda uma série de iniciativas do governo, entre leis e projetos que estão no Congresso Nacional, destinadas a dar maior eficiência à economia e reduzir a burocracia, além dos efeitos esperados de medidas já aprovadas, como a reforma trabalhista, que devem dar tração ao movimento.
O ministro previu, por exemplo, que a combinação da reforma trabalhista e a lei da terceirização devem criar cerca de 6 milhões de empregos num prazo de três a cinco anos.
Previdência
Meirelles reafirmou sua confiança de que o projeto de reforma da previdência que está no Congresso será aprovado neste ano, sem grandes alterações.
“A chance de aprovação da reforma da previdência é real”, disse.
A afirmação contradiz o que o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou mais cedo no mesmo evento, que o governo do presidente Michel Temer não tem mais energia política para aprovar o projeto, que deve então ficar para 2019, após as eleições do ano que vem.
Para Meirelles, aprovar a reforma previdenciária é um interesse de todos os partidos, já que terá que ser feita de qualquer modo e ninguém vai querer assumir o peso político desse porte logo após a eleição.
Segundo o ministro, a aprovação de todo o pacote de reformas proposto vai ajudar o País a entrar em um ciclo prolongado de crescimento, com o PIB per capita subindo a uma média anual de 3,1 por cento nos próximos 10 anos.
Eletrobras
Meirelles também se mostrou otimista com a execução do pacote de privatizações e concessões anunciado pelo governo Temer na última semana.
“É factível concluir esse pacote até o fim de 2018”, disse ele mais tarde a jornalistas.
O principal ativo desse pacote, a Eletrobras, terá um impacto tão ou mais importante do que a privatização do sistema de telecomunicações brasileiro, na década de 1990, disse Meirelles.
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que a decisão da pasta de propor ao governo federal a privatização da Eletrobras vai dar mais “agilidade” e “capilaridade” à estatal. A União tem 51% das ações ordinárias da empresa (com direito a voto). O ministro explicou que a estatal vai fazer uma emissão de ações, que não serão subscritas pelo governo. Dessa forma, a participação da União na empresa será diluída e o governo perderá o controle da estatal. O ministro estimou em R$ 20 bilhões o potencial de arrecadação com venda, que deve ser concluída em seis meses. (Reuters/AG)
