A economia da zona do euro contraiu menos do que o esperado no quarto trimestre de 2020 em meio aos lockdowns provocados pela pandemia, uma vez que Alemanha e Espanha ainda conseguiram registrar leve expansão, mostraram nesta terça-feira (2) estimativas iniciais.
A agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, informou que, de acordo com sua estimativa preliminar, o Produto Interno Bruto dos 19 países que usam o euro caiu 0,7% na comparação com o trimestre anterior, registrando queda de 5,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com o recuo nos últimos meses do ano, o PIB da zona do euro fechou 2020 com um tombo de 6,8%. Já incluindo todos os países da União Europeia, a queda foi de 6,4%.
Economistas consultados pela Reuters esperavam contração trimestral de 1,0% e queda anual de 5,4%, após forte recuperação entre julho e setembro, quando a zona do euro aliviou as restrições sobre viagens e lazer após a primeira onda de casos de Covid-19.
Os dados preliminares da Eurostat mostraram que a segunda e terceira maiores economias da região, França e Itália, pressionaram o resultado geral com quedas trimestrais do PIB de 1,3% e 2,0% respectivamente.
Já a Alemanha cresceu 0,1% em relação ao terceiro trimestre, enquanto a Espanha expandiu 0,4%.
A Eurostat informou que, de acordo com sua primeira estimativa do crescimento anual para 2020, com base em dados trimestrais ajustados ao calendário e sazonalmente, o PIB recuou 6,8% na zona do euro e 6,4% nos 27 países da União Europeia.
Crescimento da indústria
O crescimento da indústria da zona do euro permaneceu resiliente no início do ano mas o ritmo perdeu força em relação a dezembro diante de novas medidas de lockdown no continente, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O PMI final de indústria do IHS Markit para a zona do euro caiu a 54,8 em janeiro de 55,2 em dezembro, embora tenha ficado acima da preliminar de 54,7.
“A produção industrial da zona do euro do euro continuou a se expandir a um ritmo sólido no início de 2021, embora o crescimento tenha enfraquecido para o ritmo mais fraco desde que a recuperação começou conforme novas medidas de lockdown e escassez de oferta apresentam novos desafios para os produtores da região”, disse Chris Williamson, economista-chefe do IHS Markit.
O subíndice de produção caiu a 54,6 de 56,3, ainda confortavelmente acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.