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O preço do barril de petróleo cai para 30 dólares no mercado mundial

Cerca de 89.000 barris por dia de gasolina e diesel indianos chegaram à região de Nova York este mês. (Foto: Reprodução)

O preço do barril de petróleo nos EUA caiu abaixo dos US$ 30 nesta segunda-feira (16), após os novos cortes nas taxas de juros anunciados pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) e outros pares globais não conseguirem acalmar os mercados e após dados mostrarem que a produção industrial da China a cair ao ritmo mais acentuado em 30 anos devido à disseminação do coronavírus.

Por volta das 9h10 (horário de Brasília), o barril do petróleo WTI recuava 8,23% nos EUA a US$ 29,12. Já em Londres, o barril do tipo Brent caía 10,72%, a US$ 30,22.

Na véspera, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) anunciou a redução da taxa de juros dos Estados Unidos para a faixa entre 0% a 0,25%. Foi o segundo corte em menos de duas semanas. A instituição também anunciou um programa de compra de US$ 500 bilhões em títulos do Tesouro e de US$ 200 bilhões em valores hipotecários.

Os preços do petróleo vem sendo abalados também pela guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia para inundar o mercado com níveis recordes de oferta da commodity.

O que explica o tombo do preço do petróleo e quais os seus efeitos: No acumulado da semana passada, o Brent cedeu 25%, maior queda semanal desde a crise financeira global de 2008. Já os contratos futuros do petróleo dos EUA despencaram cerca de 23% na semana, também maior recuo percentual desde 2008.

“A resposta em preços é compreensível, dado que as menores taxas de juros e os programas de compras de títulos não farão nada para combater a atual fraqueza da demanda”, disse o analista Carsten Fritsch.

Ele acrescentou que quando mais países paralisarem suas vidas públicas, ao fechar fronteiras e cancelar voos, maior será o impacto sobre a demanda por petróleo, especialmente porque isso geralmente reduz a atividade econômica.

Enquanto isso, a produção industrial chinesa caiu bem acima do esperado, com recuo de 13,5% em janeiro e fevereiro quando na comparação com mesmo período de 2018, o pior dado desde janeiro de 1990.

Sobreoferta de petróleo

O mundo pode estar vendo o que seria a acumulação do “mais extremo superávit de oferta global de petróleo já registrado”, disse a IHS Markit em relatório nesta segunda-feira.

A IHS Markit estimou que o superávit poderia crescer para entre 800 milhões e 1,3 bilhão de barris no primeiro semestre de 2020. Isso superaria o superávit global visto por seis meses entre 2015 e 2016, que chegou a um acumulado de 360 milhões de barris.

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