Ícone do site Jornal O Sul

O prefeito de Porto Alegre justifica veto a jogos de futebol em respeito aos profissionais da saúde

Em live com o secretário de Saúde, Pablo Stürmer, prefeito fez um apelo à população para que respeite o isolamento social. (Foto: Divulgação/PMPA)

O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, declarou que o veto à realização de partidas de futebol na cidade foi decidido em respeito aos profissionais da saúde. Em pronunciamento ao vivo na sexta-feira (17), Marchezan também fez um apelo aos porto-alegrenses para que respeitem o isolamento social e evitem a última ferramenta possível: o fechamento total da cidade, o chamado lockdown.

Por respeito a essas pessoas que estão lá na ponta atendendo nas estruturas hospitalares na área da saúde é que nós tivemos que dizer não à realização dos jogos do Campeonato Gaúcho na cidade de Porto Alegre. Eu duvido que algum prefeito do mundo tivesse prazer ou gostasse de dizer que não quer um campeonato de futebol na sua cidade. Qual cidade gaúcha ou brasileira não iria gostar de ter um Grenal no seu município, no seu território, num estádio local? Mas essa não é uma mensagem adequada ou respeitosa à situação que nós estamos impondo aos profissionais da saúde e a todos os trabalhadores e empresários da sua cidade”, afirmou Marchezan na live transmitida na página do Facebook da prefeitura.

Diante do quadro de aumento da taxa de ocupação de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) da Capital, a prefeitura de Porto Alegre anunciou, na sexta-feira que a realização de jogos de futebol segue restrita temporariamente. A decisão foi divulgada ao final de reunião do Comitê Temporário de Enfrentamento ao Coronavírus.

Segundo a prefeitura, a medida leva em conta o aumento da taxa de contaminação por coronavírus e continuará tendo acompanhamento das equipes técnicas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Apesar do monitoramento técnico e de protocolos determinados pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF), o momento da pandemia na cidade não permite a realização de eventos desse porte.

A prefeitura informa que seguirá avaliando a situação e manterá contato direto com a FGF e os clubes com sede na Capital, para que todas as medidas a serem adotadas sejam pensadas com base na segurança de toda a população”, diz o Executivo municipal.

Na live, Marchezan e o secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer, apresentaram os dados da pandemia e esclareceram dúvidas e boatos sobre o novo coronavírus. Mais cedo, o prefeito já havia conversado por videoconferência com representantes dos hospitais e entidades empresariais.

Marchezan explicou que a Capital conta com uma boa estrutura hospitalar e reconheceu o esforço das instituições de saúde na ampliação de mais de 200 leitos de UTI nos últimos meses. “Até hoje ninguém ficou sem atendimento adequado, mas os hospitais estão no seu limite de recursos humanos”, diz o prefeito. Ele explica, ainda, que jamais existirá uma oferta de leitos de UTI do tamanho que uma pandemia exige e que “nenhum lugar do mundo conseguiu este controle”, observa.

Segundo o prefeito, no início de junho a rede de saúde registrou uma grande demanda por atendimento de pacientes contaminados e não está mais conseguindo segurar a contaminação. “As medidas restritivas não foram capazes de diminuir a circulação de pessoas. Entendemos que as pessoas estão cansadas psicologicamente e os negócios com suas capacidades no limite, mas cada medida adotada leva 15 dias para ter reflexo”, diz.

Marchezan afirmou que se a circulação de pessoas na capital gaúcha não diminuir, a prefeitura deverá decretar o lockdown na cidade.

Sair da versão mobile