Sábado, 21 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 15 de dezembro de 2020
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que seu grupo político não tem pressa em lançar um nome para sua sucessão. Segundo ele, o ideal é seja uma candidatura construída de forma coletiva e que represente a Câmara livre da interferência de outros Poderes e “livre de uma agenda retrógrada”, com as chamadas “pautas de costumes”.
“Uma agenda que não vai levar o Brasil a lugar nenhum, uma tentativa de agenda do meio ambiente do governo no Congresso vai gerar desemprego, a destruição de um patrimônio. Tenho certeza de que estamos com algum atraso [na escolha do nome], mas estamos ouvindo muita gente para construir um nome que represente um amplo campo e a certeza que o governo federal não pode transformar a Câmara em um puxadinho”, disse o presidente.
Segundo ele, o anúncio seria feito nesta segunda-feira, mas foi adiado para tentar atrair mais partidos para seu bloco. Principal adversário no pleito, Arthur Lira (PP-AL) anunciou sua candidatura na última quarta-feira.
“Aconteceram novos diálogos (na segunda-feira) e possibilidades de avançar com outros partidos. A tendência é que até sexta-feira haja uma definição. As decisões, quando são coletivas, como é o caso, atrasam a escolha do nome”, afirmou Maia.
O atual presidente da Câmara tem atuado para atrair partidos de esquerda como PT, PDT, PCdoB e PSB, que, por sua vez, têm costurado um bloco para evitar o avanço de Arthur Lira, candidato preferido do presidente Jair Bolsonaro, sobre deputados de esquerda. Lira tem procurado bancadas e negociado individualmente com parlamentares.
Enquanto PDT e PSB expuseram preferência por caminhar com o bloco de Maia, que hoje conta com seis partidos, petistas têm avaliado a possibilidade de apoiar uma candidatura de esquerda.
Política fiscal
Maia também afirmou que o governo perdeu a vontade e as condições de manter a política fiscal prometida antes das eleições. Ele disse também que o Executivo não tem clareza sobre o debate do gasto publico por não querer incluir os chamados gatilhos nas propostas que visam conter o aumento das despesas.
Na semana passada, Maia já havia criticado o governo pela desistência da chamada PEC Emergencial, que envolve medidas permanentes e emergenciais de controle do crescimento das despesas obrigatórias e de reequilíbrio fiscal. Rodrigo Maia afirmou que, antes da eleição, a equipe econômica prometia déficit zero e que a previsão de déficit de R$ 247 bilhões no Orçamento do próximo ano representa uma diferença grande.
“A situação fiscal do governo não é fácil, eu me ofereci para ajudar a incluir os gatilhos e, mais uma vez, o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), pediu para não incluir. O governo desistiu desse enfrentamento”, criticou. As informações são da Agência Câmara de Notícias e do jornal O Globo.