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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, lançou a sua pré-candidatura à Presidência da República pelo Democratas

Parlamentar disse não estar preocupado por ter apenas 1% das intenções de voto. (Foto: Reprodução)

Durante convenção nacional nessa quinta-feira, o DEM lançou a pré-candidatura do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), à Presidência da República. Aliado histórico do PSDB, o partido não tem um candidato próprio na corrida ao Palácio do Planalto desde as eleições de 1989, quando o ex-vice-presidente Aureliano Chaves concorreu pelo hoje extinto PFL – sigla que em 2007 passou a se chamar Democratas, ou DEM.

Integrante da base aliada do presidente Michel Temer, a legenda tenta se distanciar do governo federal para viabilizar o nome de Maia até junho, quando todos os partidos têm que realizar as convenções para oficializar os candidatos que entrarão na disputa.

“A nossa ideia é construir um projeto para o futuro que olhe a mudança que a política precisa fazer, que a sociedade espera, a redução de gastos desnecessários, o enfrentamento claro da burocracia brasileira”, afirmou Maia logo após chegar ao evento, realizado em um auditório na própria Câmara dos Deputados.

Ao anunciar Maia como pré-candidato, o novo presidente nacional do DEM prefeito de Salvador (BA), ACM Neto, elogiou a capacidade de diálogo de Rodrigo Maia e disse que ele foi “decisivo para a manutenção da estabilidade democracia do País”.

“Confiamos inteiramente num homem público que começou a sua vida politica nesse parlamento, cresceu nos momentos de diversidade. Um homem que foi decisivo para a manutenção da estabilidade democrata deste país. Porque ele teve responsabilidade, maturidade, teve a capacidade de abrir o diálogo com todas correntes, esse partido se refunda para abrir o dialogo com o país”, discursou ACM Neto. “Não há um quadro mais preparado para presidente o Brasil do que Rodrigo Maia”, concluiu.

Em seu discurso, Maia disse que pretende “construir com o povo brasileiro um pacto para romper com o que há de velho e atrasado na política brasileira”. “Eu assumo o desafio de fazer o Brasil crescer de forma consistente. Aceito, sim, o desafio de ser candidato à presidência da República. Não só do Democratas. Vamos construir alianças para ser também o candidato de partidos aliados”, afirmou.

Mais tarde, Maia disse à imprensa que sua candidatura vai “decolar”, apesar de pesquisas de opinião recentes atribuírem a ele apenas 1% das intenções de voto: “Não há um ‘plano B’ no partido e não tenho dúvida de que a nossa pré-candidatura estará no segundo turno. Sairemos vitoriosos!”.

Questionado se o partido pretende indicar um novo nome para a pasta da Educação no lugar do ministro Mendonça Filho, que deve deixar o cargo até abril, Maia disse que o DEM não tem “nenhuma necessidade de ser governo” e que “não está atrás de cargos”.

Ele também voltou a repetir o discurso de que poderá defender pontos da gestão de Temer, mas apenas aqueles com os quais concorde. “O governo quer um candidato para defender o legado. Para defender o legado, eu não estou disposto”, disse.

Outros partidos

Dirigentes de diferentes partidos aliados da base governista prestigiaram o lançamento. Entre os presentes estavam os presidentes do MDB (Romero Jucá), do PP (Ciro Nogueira), do PSC (Pastor Everaldo Pereira), do Solidariedade (Paulo Pereira da Silva), do Avante (Luis Tibé), do PHS (Marcelo Aro) e do PRB (Marcos Pereira).

Em um breve discurso, Jucá disse que 2018 será um ano decisivo e que os partidos de centro deveriam “estar unidos” para “buscar a melhor construção política” para o País: “Venho testemunhar o Democratas se fortalecendo mais ainda e entendo que todos os partidos que comungam de uma visão de centro, moderna, precisam estar unidos nessa transição. Quero aqui estender a mão aos Democratas.

Em nome do PSDB, o secretário-geral do partido, deputado Marcus Pestana (MG), mandou um “abraço de todos os tucanos” e justificou a ausência do presidente nacional da sigla, o governador paulista Geraldo Alckmin, que está em viagem oficial a Washington (EUA).

Já o tom de alguns foi de apoio explícito a Maia. “Temos uma esperança muito grande em você. O Brasil passa por uma das maiores crises, principalmente na questão do emprego”, declarou o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP).

Dentre os ministros do governo Temer, participaram da convenção Mendonça Filho (Educação), do DEM, e Alexandre Baldy (Podemos), um dos políticos mais próximos de Rodrigo Maia. Deputados do MDB, PSDB, PR e PP, incluindo o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), também compareceram. “Vemos com muita simpatia a sua candidatura à Presidência da República”, discursou o líder do PR na Câmara, José Rocha (BA).

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