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O presidente da França disse que Trump e Rohani, o presidente do Irã, terão uma oportunidade perdida se não se encontrarem em Nova York

Presidente do Irã, Hassan Rohani, embarca rumo a Nova York para Assembleia da ONU. (Foto: Reprodução)

O presidente da França, Emmanuel Macron, sugeriu nesta terça-feira (24) um encontro entre os presidentes do Irã e dos Estados Unidos: Hassan Rohani e Donald Trump. O líder iraniano está em Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas.

“Se ele [Rohani] deixar o país sem se encontrar com o presidente Trump, será uma oportunidade perdida”, afirmou Macron.

Macron fez a sugestão durante uma coletiva de imprensa após reunião com Rohani e com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson – que, segundo a agência Reuters, concordou com a ideia.

“Acredito que as condições neste contexto para um rápido retorno das negociações”, afirmou Macron, após a reunião.

No entanto, nos debates da Assembleia desta manhã, Trump acusou o Irã de patrocinar o terrorismo e de incentivar guerras na Síria e no Iêmen – discurso em linha com o acirramento da tensão entre ele e Rohani (leia mais no fim da reportagem).

“Uma das maiores ameaças hoje é o regime opressor no Irã”, afirmou Donald Trump.

Em entrevista à rede de televisão norte-americana Fox News, Rohani afirmou que Trump deve restabelecer confiança mútua antes de qualquer reunião entre os dois líderes.

“Se o governo dos Estados Unidos da América tem vontade de conversar, deve estabelecer as condições necessárias”, afirmou.

Não é a primeira vez que Macron se movimenta para abrir o diálogo entre os dois líderes. Em agosto, na cúpula do G7 em Biarritz, o presidente francês tentou mediar uma conversa, mas nem Trump nem Rohani se mostraram dispostos.

Relação difícil

A má relação entre Trump e Rohani piorou após a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, em 2018, e com a adoção de sanções contra o governo iraniano.

A crise se acirrou nas últimas semanas após um ataque contra instalações petroleiras na Arábia Saudita, rival do Irã e aliada dos Estados Unidos. Rebeldes houthis no Iêmen – apoiados por Teerã – reivindicaram autoria, mas a Casa Branca sugere que o governo iraniano esteja por trás da ofensiva.

Apesar do encontro em tom amistoso em Nova York, os governos de Macron e de Boris Johnson assinaram na segunda-feira um texto em que acusam o Irã pelos ataques à Arábia Saudita.

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