O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sancionou uma lei que permite que ele concorra a mais dois mandatos depois do fim de sua atual gestão, em 2024, segundo documento publicado em um site do governo nesta segunda-feira (5).
A legislação, que pode abrir caminho para que Putin permaneça no poder até 2036, caso ele decida fazê-lo e ganhe a reeleição, reflete mudanças radicais na Constituição que foram introduzidas no ano passado.
O Parlamento russo aprovou a lei que dava a permissão a Putin a disputar mais mandatos há cerca de um ano.
Putin, de 68 anos, é um ex-agente da KGB, o antigo serviço de inteligência soviético, e está no poder no país há mais de 20 anos.
Durante o governo de Medvedev, o mandato passou a ser de seis anos. Putin foi eleito pela terceira vez em 2012 e, pela quarta, em 2018.
“Assassino”
Recentemente, Putin, respondeu, ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que classificou o presidente russo como assassino em uma entrevista.
O líder russo usou um ditado de crianças semelhante ao provérbio brasileiro “muito mais é quem me diz”.
“Eu me lembro na minha infância, quando discutíamos no pátio do colégio, e nós dizíamos ‘muito mais é quem me diz’. E não há coincidência, não é só um ditado infantil. O sentido psicológico aqui é muito profundo”, disse Putin.
“Nós sempre vemos nossas próprias características nas outras pessoas e pensamos em como realmente somos. Como resultado, nós avaliamos as ações [de outras pessoas] e damos sentenças”, ele afirmou.
Biden fez a declaração durante uma entrevista veiculada pela emissora ABC News. O entrevistador George Stephanopoulos perguntou: “Você conhece Vladimir Putin, você pensa que ele é um assassino?”.
“Eu penso”, respondeu Biden.
Biden também descreveu Putin como alguém que não tem alma, e disse que ele pagará um preço por uma suposta intromissão da Rússia nas eleições presidenciais norte-americanas de 2020, algo que o Kremlin nega.