O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que um “espião dos Estados Unidos” foi capturado perto de um complexo de refino de petróleo no noroeste do país, que atravessa uma grave crise de escassez de combustível.
Maduro afirmou que as autoridades venezuelanas desmantelaram um plano para “provocar uma explosão na refinaria El Palito”, e pediu o reforço das medidas de segurança. A refinaria, com capacidade de 140 mil barris por dia (bpd), está localizada no litoral nordeste, no Estado de Carabobo.
“Capturamos ontem no Estado de Falcón um espião norte-americano, que estava espionando as refinarias de Amuay e Cardón”, disse Maduro em um ato transmitido pela televisão oficial.
Maduro disse que se tratava de um fuzileiro naval que serviu em bases da CIA no Iraque. Segundo o chavista, o americano foi capturado com armas especializadas e com grandes somas de dólares e outros elementos, que foram passados diretamente ao Ministério Público. O presidente não deu detalhes sobre o local onde o suposto militar está preso.
A Venezuela passa por uma segunda onda de escassez de combustível. Um racionamento severo visto em 2019 foi temporariamente aliviado entre maio e junho por cargas enviadas do Irã, um aliado do governo de Maduro.
Entenda
A gasolina na Venezuela é praticamente dada, já que com apenas 1 dólar é possível comprar aproximadamente 600 milhões de litros do combustível. Embora Maduro tenha anunciado em agosto do ano passado que as baixas tarifas seriam aumentadas, a alta no preço nunca se concretizou.
Segundo dados oficiais da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), a oferta de petróleo venezuelano, que era de 3,2 milhões de barris por dia há uma década, foi de 1,03 milhão em abril. Fontes secundárias do cartel contabilizaram 768.000 barris.
As sanções dos Estados Unidos em sua política de pressão contra Nicolás Maduro paralisaram as exportações de combustível do país, vitais para suprir a demanda; assim como de diluentes para processar petróleo bruto da Venezuela.