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Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2018
O presidente nacional do PV, José Luiz Penna, confirmou para o jornal Folha de S. Paulo que o ex-deputado Eduardo Jorge (PV) será vice de Marina Silva (Rede) na disputa pela Presidência da República.
Dirigentes dos dois partidos se reuniram mais cedo em São Paulo para discutir a aliança. Segundo Penna, os entraves que impediam a coligação foram resolvidos.
“O partido majoritariamente aceitou a vice da Marina”, disse o dirigente. Os acordos estaduais do PV que já estavam fechados serão mantidos, segundo ele. “A Rede concordou. A atitude foi de colaboração.”
A Rede fará neste sábado (4), em Brasília, a convenção que lançará a candidatura da ex-senadora. A presidenciável disse, em transmissão via redes sociais na tarde desta quinta (antes da confirmação pelo PV), que Eduardo foi um nome sugerido por ela e que ele tem o perfil complementar desejado pelo partido para ajudar a ampliar o alcance de suas propostas.
A Rede, partido da presidenciável, ofereceu a vaga aos verdes no fim de semana. Eduardo defendeu na convenção do PV o apoio à ex-senadora e disse estar disposto a ocupar a vice, caso as duas siglas concordassem. Ele era o nome preferido para a função em ambos os lados.
Um dos impasses para a coligação eram alianças do PV nos Estados que se chocam com composições defendidas pela sigla de Marina. Por causa dos acordos locais, diretórios já haviam se comprometido a apoiar candidatos a governador que a Rede não endossa e que estão ligados a outros presidenciáveis.
A direção nacional do PV decidiu liberar os Estados para seguir com alianças já consolidadas. Pelo acordo, a presidenciável concorda em abrir mão do apoio de lideranças verdes em alguns Estados.
O médico sanitarista Eduardo Jorge, que em 2014 foi candidato à Presidência pelo Partido Verde, afirmou nesta semana que “não tem lógica que dois partidos tão semelhantes fiquem separados numa situação [do País] tão complicada”.
Penna disse que o apoio à Rede é um reforço no objetivo estratégico do PV de abrir caminho para coligações na eleição proporcional e eleger candidatos para a Câmara dos Deputados. As duas legendas têm o desafio de atingir votação mínima para ultrapassar a cláusula de barreira e manter o acesso aos recursos públicos para os partidos.
“Nós vamos resistir e sobreviver. Os partidos tradicionais, na reforma política, não tiveram a menor consideração com os partidos ideológicos, sérios”, afirmou o presidente do PV.
“A desproporção dos recursos para campanha é uma coisa absurda, asfixiante”, continuou ele. Segundo o líder dos verdes, a adesão à campanha de Marina também é uma forma de o partido ter protagonismo nas eleições.
Penna é próximo do ex-governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência. Ele, que foi secretário do tucano no governo paulista, diz que como dirigente procura respeitar a vontade da maioria dos membros da sigla.
“A Rede é um partido com perfil programático próximo ao nosso e vítima também de uma reforma política feita para o extermínio dos pequenos partidos”, afirmou.
Antes de fechar com o PV, Marina negociou alianças com siglas como PMN, PPL, PHS e Pros. Nenhuma delas foi adiante. Se continuasse isolada, ela tinha o plano de buscar um vice dentro de seu próprio partido.