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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a sua filha Ivanka seria uma “dinamite” como embaixadora na Organização das Nações Unidas

Ivanka e seu marido, Jared Kushner, trabalham na Casa Branca como assessores não remunerados de alto nível. (Foto: Reprodução)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na terça-feira (09) que a sua filha e conselheira na Casa Branca, Ivanka, seria uma “dinamite” como embaixadora na ONU (Organização das Nações Unidas) em substituição a Nikki Haley, que renunciou. Mas ela rapidamente descartou essa possibilidade.

“As pessoas que a conhecem sabem que Ivanka é dinamite. Mas, vocês sabem, eles me acusariam de nepotismo”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca. Trump anunciou de forma surpreendente a saída de Haley no Salão Oval, sem dar explicação sobre os motivos, nem revelar quem a substituirá, assinalando que a nova nomeação poderá ser conhecida “nas próximas duas ou três semanas”.

“Estamos vendo várias pessoas”, disse Trump, sem descartar a contratação de sua filha mais velha. Mas a própria Ivanka logo rejeitou a ideia. “É uma honra servir na Casa Branca junto com tantos colegas excelentes e sei que o presidente nomeará um substituto formidável para a embaixadora Haley. Essa substituição não serei eu”, escreveu no Twitter.

Desde que foi eleito, em novembro de 2016, Trump gerou polêmica ao obscurecer os limites entre familiares, empresas da família e deveres oficiais. Ivanka e seu marido, Jared Kushner, trabalham na Casa Branca como assessores não remunerados de alto nível. Entre outros deveres, Kushner, um judeu ortodoxo, tem a tarefa de criar um plano de paz no Oriente Médio.

Haley se referiu a ambos quando apareceu nesta terça-feira com Trump no Salão Oval, agradecendo e elogiando-os por seu trabalho e dedicação. “Não posso dizer o suficiente sobre Jared e Ivanka”, afirmou Haley, descrevendo Kushner como “um gênio escondido” e destacando seu trabalho com relação à renegociação do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte [Nafta] e seus esforços no Oriente Médio, e apontando para Ivanka como “uma grande amiga”.

Haley retuitou depois uma mensagem de Ivanka com uma foto das duas com Kushner, na qual a filha de Trump elogiava a “dignidade” e “distinção” da embaixadora, a quem apresentou como “uma defensora inabalável da verdade” e “a integridade dentro das Nações Unidas”. “Jared e eu somos gratos por sua amizade, é uma verdadeira bênção em nossas vidas!”, afirmou Ivanka em seu tuíte.

Deboche

A forma como Donald Trump ridicularizou a psicóloga Christine Blasey Ford, que acusa seu indicado à Suprema Corte, Brett Kavanaugh, de violência sexual, pode custar politicamente caro: três senadores republicanos, considerados votos cruciais para o caso, criticaram a postura do presidente. Isso ampliou a tensão em Washington.

Um dia após ter dito que “seria inaceitável” que Kavanaugh tenha mentido no depoimento à Comissão de Justiça do Senado, na semana passada, sobre seu histórico de abusos de álcool – reportagens da imprensa revelaram episódios de excessos na adolescência – Trump voltou a ridicularizar Ford. Desta vez, em um comício no Mississippi.

A psicóloga deu um forte depoimento ante o Senado, seguido da fala de Kavanaugh, que, em tom contundente, negou todas as acusações. Trump imitou de modo caricatural os gestos e a voz de Ford ao rememorar o discurso dela:

“Isso aconteceu 36 anos atrás, e eu tomei uma cerveja, certo?” Como ela chegou em casa? “Não lembro!” Como chegou lá? “Não lembro!” Onde era o bairro? “Não lembro!” Onde era a casa? “Não lembro!” Foi no andar de cima, no de baixo? “Não lembro! Não lembro! Tomei uma cerveja. Só me lembro disso.” E a vida de um homem é destruída.

Trump, em seguida, defendeu Kavanaugh, sem modular a voz como fez ao citar Ford: “E a vida de um homem está em frangalhos. Sua mulher está destruída”, disse, e então se referiu aos que defendem a psicóloga: “Eles destroem pessoas. Querem destruir pessoas. São gente do mal”.

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