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Michel Temer luta por apoio no Tribunal Superior Eleitoral, mas salvação é improvável

Caciques tucanos passaram a dar declarações ambíguas e críticas a Temer. (Foto: Divulgação)

A menos de duas semanas para a votação do pedido de impugnação da chapa que o elegeu vice-presidente da República ao lado da então titular Dilma Rousseff, Michel Temer articula no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a suspensão do julgamento. O plano é que um dos sete ministros do tribunal faça um pedido de vista, o que adiaria por tempo indeterminado a apreciação do caso.

A estratégia é arriscada e pode até agravar a situação do governo, pois será vista, entre os partidos da base aliada, como uma manobra meramente protelatória. Mesmo reconhecendo que o ambiente político hoje não é favorável ao peemedebista, o núcleo político do Palácio do Planalto tem expectativa real de que um dos membros da Corte peça um prazo adicional para analisar o caso.

Para que isso ocorra, o governo espera que não surja qualquer fato novo, no âmbito da Operação Lava-Jato, com potencial de ampliar a crise política. Nesse período, tentará acelerar as votações no Congresso Nacional para mostrar que não está paralisado. O Planalto acha que a economia segura Temer no cargo.

“Ainda temos maioria no TSE”, disse um ministro. No início da semana passada, antes da divulgação da delação do empresário Joesley Batista, o cenário do julgamento era claramente favorável. Desde a revelação das conversas entre Temer e o empresário Joesley Batista, a história mudou.

Um ministro do TSE diz considerar “muito difícil” um pedido de vista, já que os atuais integrantes da Corte tiveram tempo suficiente para analisar o relatório do ministro Herman Benjamin. Visto nos bastidores como pró-Temer, esse ministro lembrou que, se o tribunal seguir sua vasta jurisprudência, a tendência é de cassação da chapa inteira, mas há a ressalva de que sempre é possível debater um caso particular.

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