Com a desistência de suspender o inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) contra ele, o presidente Michel Temer iniciou estratégia para tentar recuperar fôlego junto à base aliada e pulverizar a atual crise política.
Nesta semana, o peemedebista mobilizou líderes de partidos governistas a aprovarem nas próximas duas semanas um pacote econômico que consiga reverter o mau humor contra a gestão peemedebista e recuperar o apoio de setores da sociedade civil e do mercado financeiro, um dos principais pilares de seu mandato.
A defesa do presidente decidiu retirar o pedido de suspensão do inquérito aberto contra o presidente após a delação de Joesley Batista. Esse julgamento era visto na base aliada como um termômetro da força do peemedebista após as acusações. O governo peemedebista, no entanto, avaliou que as chances de derrota eram grandes e passou a ter o receio de que os partidos de sua coalizão o abandonasse.
Nessa segunda-feira, Temer atendeu a uma demanda da base aliada e irá elaborar uma versão mais generosa do PRT (Programa de Regularização Tributária), que institui uma nova regra de refinanciamento de dívidas com a Receita Federal, o chamado Refis. Em reunião com a equipe econômica, ele determinou que fosse redigida uma emenda que proponha uma nova versão do programa, mais favorável aos devedores do que a proposta original do governo, editada em medida provisória em janeiro.
O peemedebista também tentará dar uma demonstração de força com a aprovação do projeto de convalidação de incentivos fiscais, além das medidas provisórias de reajuste para auditores da Receita Federal, de regularização fundiária e de retomada no pente-fino sobre benefícios do INSS. A estratégia do presidente, contudo, pode se tornar um tiro no pé na avaliação de parlamentares aliados. Isso porque, caso ele tenha dificuldades ou seja derrotado, significará uma derrota pessoal e poderá fragilizar de vez a gestão peemedebista, demonstrando que não conta mais com apoio no Congresso Nacional.
