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O processo contra Donald Trump será entregue ao Senado nesta segunda. Ex-presidente será julgado por incitar a invasão de extremistas ao Capitólio

Cerca de 600 pessoas foram acusadas criminalmente pelo ataque ao Capitólio em janeiro. (Foto: Reprodução/GloboNews)

O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, anunciou que a presidente da Câmara dos Representantes, a também democrata Nancy Pelosi, enviará nesta segunda-feira (25) ao Senado o texto para o julgamento político do ex-presidente Donald Trump pela responsabilidade na invasão ao Capitólio.

Isso significa que o segundo julgamento político de Trump pode começar formalmente na terça-feira (26), um dia após a entrega da acusação contra o ex-presidente, a não ser que os democratas e republicanos do Senado cheguem a um acordo para mudar o calendário.

“Haverá um julgamento no Senado e votaremos sobre a condenação do ex-presidente. Falei com a presidente Pelosi e fui informado que o texto será entregue na segunda-feira ao Senado”, disse Schumer em discurso na Câmara.

Trump, o primeiro mandatário da história dos Estados Unidos a ser submetido a dois julgamentos políticos, será acusado de “incitar à insurreição” pelo envolvimento na invasão ao Capitólio, no dia 6 de janeiro, por parte de seus apoiadores. O incidente resultou em cinco mortes.

Segundo as regras do Senado americano, qualquer julgamento político deve começar às 13h do dia seguinte ao momento em que a Câmara dos Representantes enviar a acusação.

No entanto, o Senado tem certa flexibilidade para mudar o calendário. Schumer afirmou que negocia sobre o tema com o líder da minoria republicana do Senado, Mitch McConnell, que propôs adiar o processo para fevereiro.

McConnell argumentou que Trump necessita tempo para preparar sua defesa, motivo pelo qual propôs a concessão do prazo de uma semana, contando a partir do primeiro dia do julgamento no Senado, para que o ex-presidente apresente sua resposta à acusação e outra para apresentar seus documentos preparatórios do processo.

Procurador-Geral

No início de janeiro, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cogitou substituir o procurador-geral por outro advogado do departamento de Justiça mais disposto a colaborar com as investigações de suas acusações infundadas de fraude eleitoral, a ponto de quase abrir uma crise na instituição federal, afirmaram fontes ligadas ao caso.

O plano, se tivesse sido colocado em prática, teria tirado Jeffrey Rosen do posto de procurador-geral e colocado em seu lugar Jeffrey Clark. Trump já havia indicado o advogado à coordenação da divisão de Meio Ambiente e Recursos Naturais do departamento de Justiça do país.. Mais tarde, ele viria a comandar a divisão Civil.

Clark, então, poderia ter sido conduzido à chefia do departamento para ajudar a manter Trump no poder. Mas o presidente foi dissuadido após encontros com envolvidos nesta mudança.

O plano foi revelado pelo jornal The New York Times. Analistas legais disseram que a mudança seria um ataque desastroso à independência do departamento de Justiça. “Antes da investida rebelde contra o governo, houve uma tentativa de golpe no departamento de Justiça – fomentado pelo presidente dos Estados Unidos”, afirmou David Laufman, um ex-oficial do departamento, em seu perfil no Twitter.

Um porta-voz do departamento de Justiça se recusou a comentar o caso, assim como Rosen. Em nota, Clark afirmou: “Nego que eu tenha planejado ‘um plano para expulsar’ Jeff Rosen. Tampouco formulei recomendações para uma ação baseada em imprecisões captadas na internet”.

“Não existiu ‘manobra’. O que houve foi uma sincera discussão de opções e de prós e contras com o presidente. É infeliz que aqueles que fizeram parte de uma conversa legal privilegiada venham a comentar publicamente as deliberações internas e ainda distorcer quaisquer discussões”, continuou em seu texto.

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