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O procurador-geral da República tem sido alvo de críticas, em especial de Michel Temer, pelo fato de Joesley Batista e demais executivos da JBS estarem em liberdade

Para assessores de Temer, Janot (foto) e o ministro do STF Edson Fachin têm agido em uma espécie de "dobradinha" para fechar o cerco a Temer. (Foto: Reprodução)

Em artigo publicado na última terça-feira (23) pelo UOL, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a decisão de firmar um acordo de delação premiada com os irmãos Wesley e Joesley Batista. O artigo foi escrito após a Procuradoria ser criticada pelos benefícios concedidos aos irmão no acordo de delação.

Os empresários entregaram aos procuradores uma gravação de uma conversa com Temer ocorrida em março. No encontro, que não consta na agenda oficial do presidente, Joesley afirma que tem um plano para destituir um procurador da Lava-Jato que investigava a JBS e que estava “dando conta” de dois juízes.

No inquérito aberto a partir do acordo de delação, a PGR (Procuradoria-Geral da República) apontou indícios de três crimes supostamente cometidos pelo presidente: obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa. Também são investigados no mesmo inquérito o senador Aécio Neves (PSDB) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB).

Em pronunciamento, o presidente Michel Temer afirmou que os donos da empresa JBS haviam cometido o “crime perfeito”.

“O autor do grampo está livre e solto, passeando pelas ruas de Nova York. O Brasil, que já tinha saído da mais grave crise econômica de sua história, vive agora, sou obrigado a reconhecer, dias de incerteza”, afirmou o presidente em seu pronunciamento: na tarde de sábado (20), o segundo feito desde que as delações vieram à tona.

No artigo, Janot afirma que os benefícios dados aos delatores é “ponto secundário do problema”.

“A alternativa teria sido muito mais lesiva aos interesses do país, pois jamais saberíamos dos crimes que continuariam a prejudicar os honrados cidadãos brasileiros”, diz.

Janot também ressaltou que o acordo prevê o pagamento de uma multa de R$ 11 bilhões e diz que a colaboração é “muito maior que os áudios questionados”. (Folhapress)

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