O PT decidiu lançar uma vaquinha virtual para ajudar a cobrir os custos do acampamento montado para abrigar apoiadores do ex-presidente Lula em Curitiba (PR). A direção nacional da sigla definiu o modelo de arrecadação em reunião na segunda-feira (09).
Dirigentes petistas se preocupam em garantir a continuidade das mobilizações pró-Lula. Avaliam que os atos na capital paranaense têm sido até melhor do que o esperado, mas sabem que, com o passar do tempo, a tendência é a poeira baixar.
Para evitar o arrefecimento da militância, o PT e as frentes de movimentos sociais programaram atos até o dia 1º de maio. Mesmo assim, há apreensão com o derretimento da adesão às manifestações. Emissários do ex-presidente Lula desembarcaram em Brasília na terça-feira (10) para retomar a romaria a gabinetes de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Deputados
Munida de cartazes com os dizeres “Lula livre”, a oposição protestou na terça-feira no plenário da Câmara dos Deputados e anunciou obstrução política a qualquer votação na Casa. Também em protesto contra a prisão do ex-presidente, deputados do PT decidiram adotar, a partir de terça-feira, Lula como parte do nome parlamentar oficial. Até pouco depois das 20h, 22 deputados já haviam formalizado a mudança no nome, que aparecerá no painel eletrônico de votação.
Os novos nomes, por serem a maneira formal de referência ao parlamentar, também deverão ser mencionados quando o presidente da sessão se dirigir ao deputado, informou o PT. “A mudança, adotada a partir de sugestão do deputado Leo de Brito (PT-AC) é uma forma de solidarizar-se com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desde sábado encontra-se preso em razão de uma perseguição judicial jamais vista na história do país”, diz notícia publicada no site do partido.
A ação também vem sendo adotada por petistas em Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores. Lula se apresentou à Polícia Federal no sábado para dar início ao cumprimento da pena de 12 anos e um mês no caso do triplex no Guarujá, em São Paulo.
Ao defender que o petista é vítima de uma prisão política, o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), questionou despacho do juiz federal Sérgio Moro, em que determinou que Lula não terá nenhum privilégio no recebimento de visitas, tendo que se adequar à regra geral estabelecida a todos os detentos da Polícia Federal em Curitiba tratamento “inadequado” na avaliação do deputado.
“Enquanto bancada, aqui na Câmara, não vamos permitir que essa situação seja naturalizada, que o Parlamento funcione normalmente, como se nada estivesse acontecendo. A bancada do PT está em obstrução em todos os temas”, disse o líder, acrescentando contar com o apoio do PDT, PSB, PCdoB e PSOL, contingente com capacidade de praticamente inviabilizar as votações na Casa, ou pelo menos atrasá-las de maneira exaustiva.