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O que é melhor, um síndico morador ou um profissional que trabalha para vários prédios e passa algumas horas por semana em cada um deles?

Bom síndico deve saber se comunicar e executar suas propostas. (Crédito: Reprodução)

A escolha do síndico, responsável por cuidar do patrimônio dos demais moradores do condomínio, gera preocupação e dúvidas. O que é melhor, um síndico morador ou um profissional que trabalha para vários prédios e passa algumas horas por semana em cada um deles?

Na opinião de especialistas em administração de condomínios, um bom síndico, seja morador ou profissional, deve saber se comunicar e executar suas propostas, gastar dentro do orçamento, agir com transparência e cumprir o que é definido nas assembleias de moradores.

“O síndico morador vive de perto os problemas do prédio e sente as despesas na própria pele”, diz Hubert Gebara, de uma administradora de condomínios e imóveis. Assim, o gestor se beneficia com uma boa administração tanto quanto os outros condôminos.

Mas, muitas vezes, os residentes não têm tempo nem habilidade para administrar o edifício. “O morador funciona bem como síndico quando o prédio é pequeno e não existem grandes conflitos entre os moradores”, afirma Marcio Rachkorsky, advogado especialista em condomínios. Prédios maiores, segundo o advogado, exigem mais dedicação e uma gestão mais profissionalizada. Para esses casos, a opção de ter um síndico profissional pode ser a melhor.

Qualidade dos serviços.

Renato Daniel Tichauer, síndico profissional de dez prédios, diz que a busca por alguém para ocupar o cargo deve ser minuciosa. “É preciso levantar informações do profissional e buscar referências onde ele já prestou algum serviço”, afirma. Segundo ele, o candidato deve ter experiência e conhecimentos de manutenção e legislação de condomínios e, para isso, precisa se preparar com cursos específicos para síndicos.

Quando o candidato é um morador, é importante que tenha bom relacionamento com todos os vizinhos, ressaltam os especialistas. “O síndico deve ser um negociador. Ele precisa ouvir todas as opiniões e chamar os demais moradores para participar da gestão, a fim de evitar desentendimentos”, afirma Avio Lavagetti, 80 anos, administrador aposentado e síndico há cinco anos do prédio onde mora.

A escolha da administradora que irá auxiliar o gestor também precisa ser criteriosa. “Se a administradora não tem serviço ágil e transparente, a gestão fica comprometida”, diz Eduardo Zangari, diretor de relações institucionais da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios).

De acordo com Zangari, a troca de síndico dificilmente revoluciona a administração do prédio. “O orçamento é muito limitado e, a menos que a antiga gestão tenha sido muito malfeita, poucas mudanças serão observadas. Não tem milagre que o síndico possa fazer.” As melhorias são mais visíveis na qualidade dos serviços e na manutenção do edifício do que no orçamento, afirma.

Serviço de governança condominial.

A necessidade de profissionalização da gestão de condomínios levou algumas empresas a oferecer o serviço de governança condominial, que adapta conceitos e práticas que já são usados na administração de grandes empresas. O serviço inclui auditoria de compras e contratos, controle de inadimplência, fiscalização das contas de água e luz para checar se não há vazamentos e acompanhamento da atuação do síndico. “Para prédios maiores, a implantação de um sistema de governança ajuda a aprimorar a gestão”, comenta Zangari. (Folhapress)

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