Uma nova missão foi lançada ao espaço pelo Reino Unido com um objetivo bem claro: limpar o lixo espacial que cerca a Terra e vem atrapalhando as outras missões. O lançamento, inicialmente marcado para sábado, só aconteceu na segunda-feira, devido a algumas questões técnicas.
A grande quantidade de detritos, oriundos de mais de 560 explosões ou rupturas, pode resultar em colisões preocupantes entre os satélites, dizem os especialistas. Uma colisão poderia impactar a entrega de serviços digitais, como sinal de telefones celulares ou serviços bancários online. E o risco é iminente, porque, de acordo com a Agência Espacial Europeia, existem aproximadamente 9.200 toneladas de lixo em órbita, sendo 34 mil objetos maiores que 10 cm e 128 milhões de objetos de 1 mm a 1 cm.
“A remoção de detritos espaciais perigosos não é apenas ambientalmente importante, mas também uma grande oportunidade comercial para o Reino Unido, com empresas como a Astroscale liderando o caminho para demonstrar como podemos criar um espaço mais seguro para todos”, afirma Amanda Solloway, Ministra da Ciência do Reino Unido.
Na segunda-feira, duas espaçonaves – um satélite de serviço para coletar os destroços e um satélite para atuar como os destroços – foram lançadas do Cazaquistão em um foguete Soyuz operado pela GK Launch Services. A demonstração da Astroscale (ELSA-d) será operada do Centro de Controle de Manutenção em Órbita – Instalação Nacional na Catapulta de Aplicações de Satélite (SAC) no Harwell Campus em Oxfordshire.
O satélite utiliza tecnologia de proximidade com acoplamento magnético para remover detritos da órbita com segurança. O segundo satélite foi feito como réplica de entulho, mas está equipado com uma placa que permite o encaixe.
Assim, durante a missão, ambos vão atuar juntos. O primeiro irá liberar repetidamente e acoplar com o segundo em uma série de demonstrações técnicas, indicando a capacidade de encontrar e acoplar com satélites inativos e outros detritos. A previsão é que as principais demonstrações aconteçam por volta de junho ou julho.
As demonstrações consistem em procurar o segundo satélite, inspecioná-lo e encontrá-lo, além de completar o encaixe. A ELSA-d é a primeira missão comercial de demonstração de remoção de detritos.
Desde 1957, os foguetes colocaram cerca de 10.680 satélites na órbita terrestre. Destes, aproximadamente 6.250 ainda estão no espaço, mas apenas 3.700 estão funcionando.