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O resultado da mais recente pesquisa do Ibope preocupa os aliados do presidenciável Geraldo Alckmin

Alckmin cumpriu agenda de campanha no bairro do Campo Limpo, na periferia da zona Oeste da capital paulista. (Foto: EBC)

O desempenho estagnado do pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, na pesquisa CNI/Ibope divulgada nessa quinta-feira aumentou a angústia entre os aliados e o receio dos partidos do chamado “blocão” (DEM, PTB, PP e Solidariedade) de embarcar na candidatura tucana.

A avaliação é que é preciso intensificar os ataques nas redes sociais ao pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro (o que já começou com novos vídeos na quarta-feira) e que o encontro de Alckmin com o “blocão”, na próxima quarta-feira, será “crucial” para a candidatura tucana e seu plano de ter um leque maior de aliança.

O discurso adotado por integrantes da campanha presidencial do ex-governador paulista é de que o cenário é “estável” e que isso só mudará com a definição das reais candidaturas e com o início da propaganda de rádio e TV. Mas Alckmin terá que lidar com a desconfiança no jantar com os demais partidos e dentro do próprio PSDB.

Apesar de sempre ressurgir nesses momentos, as teorias de sua substituição por João Doria, pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, tucanos dizem que Alckmin vai “até o final”. E complementem que ele é presidente da sigla e o candidato.

O coordenador político da campanha de Alckmin, Marconi Perillo, disse que a pesquisa mostra um cenário ainda “embolado”, porque todos os candidatos (à exceção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) aparecem com índices abaixo de 20%. No cenário sem o líder petista, o ex-governador aparece em quarto lugar, com 6%, atrás de Jair Bolsonaro (17%), Marina Silva (13%) e Ciro Gomes (8%).

“Geraldo Alckmin está estável, mas na minha opinião com uma larga avenida para crescer. Ele conta com uma aliança que lhe garantirá bom tempo de TV”, ressaltou Perillo em entrevista ao jornal “O Globo”.

“A pesquisa foi feita em dia de jogo do Brasil, com poucas e não significativas mudanças, como seguirá até setembro”, acrescentou o deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), tesoureiro do partido. Mas o sentimento nos bastidores é de pressão.

O presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP), avalia que a conversa de quarta-feira será definitiva. Ele defende que o “blocão” tome uma decisão sobre seu rumo na quinta-feira, um dia depois da reunião com Alckmin.

Mas o DEM acredita que pode adiar até o final do Mundial de Seleções na Rússia, no dia 15 de julho, caso o cenário continue embolado. “O grupo está dividido entre apoiar Ciro Gomes ou Alckmin. O encontro de quarta-feira com Alckmin será crucial para o Solidariedade”, frisou Paulinho.

Tratativas

O “blocão” está fazendo uma rodada de conversas com pré-candidatos, já tendo se reunido com Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos) e Flávio Rocha (PRB ).

Longe dos discursos, o Solidariedade não caminha para Alckmin, porque há muitas críticas sobre o papel do PSDB na relatoria da reforma trabalhista. Por isso, Alckmin fez um gesto para atenuar a distância, ligando para Paulinho e elogiando Aldo Rebelo, que se apresentou como pré-candidato do Solidariedade. Mas o movimento só serviu para envaidecer Aldo Rebelo.

No DEM, a divisão aumento depois da confirmação da situação de Alckmin. Dirigentes do partido dizem que os dados confirmam as dificuldades que já haviam sido apontadas por uma pesquisa interna encomendada pelo partido. Os mais experientes do partido querem reeditar a aliança PSDB-DEM das últimas eleições presidenciais, mas alguns querem Ciro Gomes e outros Bolsonaro.

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