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O ritmo de vendas antecipadas de soja é duas vezes maior que a média para o período

A principal responsável pela redução nas vendas do segmento, em termos absolutos, foi o complexo soja. (Foto: Mônica Marli/Agência IBGE)

As vendas antecipadas de soja seguem bastante a frente dos movimentos normais no Brasil. Os preços recordes e em constantes altas estão favorecendo os negócios. Se da safra colhida (2019/2020) não resta muito a vender, a atenção se volta para a safra que nem plantada foi (2020/2021), que já apresenta um ritmo de vendas duas vezes maior que a média para o período.

A comercialização da safra 2019/2020 de soja do Brasil envolve 92,9% da produção projetada, conforme relatório da consultoria Safras & Mercado. Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 71,1% e a média para o período é de 74,8%.

Levando-se em conta uma safra estimada pela consultoria de 124,609 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 115,806 milhões de toneladas.

Já a venda antecipada para temporada 2020/2021, que nem foi semeada ainda, chegou a 35,6%.Como a consultoria ainda não tem projeção de safra para a próxima temporada,

a base para cálculo foi a de uma produção igual à deste ciclo. Ou seja, cerca de 49,6 milhões de toneladas já foram comprometidas.

A comercialização da safra futura está bem acelerada na comparação com o ano anterior, quando o índice era de 14,7%, e também supera a média normal para o período, de 12,4%.

Fila de navios

A Bahia registra uma safra recorde de soja, com mais de 5.8 milhões de toneladas produzidas até maio, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, o escoamento do produto enfrenta dificuldades, o que provoca uma fila de navios cargueiros no Porto de Cotegipe, na Base Naval de Aratu, em Salvador.

Atualmente, cada navio graneleiro precisa aguardar, em média, três semanas para conseguir aportar e ser carregado com soja. A fila já se estende até o mês de dezembro, o que faz com que alguns navios aguardem ancorados na Baía de Todos os Santos.

Segundo o diretor do Porto de Cotegipe, Jorge Pessoa, a chuva é um dos problemas para acelerar o carregamento dos navios. Nos últimos três meses, o fator meteorológico provocou a interrupção do serviço por 33 dias.

O portão do navio é aberto. Todo nosso sistema é fechado, mas como o portão é aberto, se chove ou ameaça chover, para o carregamento, e isso diminui o fluxo. Por conta da chuva, o carregamento é interrompido. Os navios vão chegando e se enfileirando, vão se espalhando. Eles vão atrasando o carregamento e aguardando na Baía de Todos os Santos. Normalmente, carregamos um navio com 70 mil toneladas em dois dias e meio”, pontuou. As informações são do Canal Rural e do portal de notícias G1.

 

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