Mona Lisa, o rosto mais famoso do mundo das artes é também o mais rodeado de mistérios. Especialistas discordam sobre datas e documentos, aficionados debatem sem parar, “detetives” por conta própria correm atrás de pistas e teorias surgem e desaparecem. Mas, a maior parte dos visitantes do Louvre admira a obra sem pensar muito sobre a pessoa ali retratada.
Foi assim com a jornalista americana Diane Hales, até que um jantar em Florença resultou num surto de curiosidade. A anfitriã, uma historiadora de arte, lhe contou que a mãe de “La Gioconda” vivera naquele mesmo prédio. “Para mim, a Mona Lisa sempre me pareceu nada mais do que a pintura exposta no Museu do Louvre ou a onipresente imagem que aparece desde camisetas a xícaras de chá, nunca uma garota que tinha uma mãe e uma vida toda sua”, conta a jornalista no livro.
Enquanto as interrogações se multiplicavam, ela foi se aventurando em celas repletas de musgos, capelas abandonadas, antigos moinhos de seda e bibliotecas particulares. O resultado é um livro que conta a história de Lisa Gheradini abordando as tramas políticas que moldaram a vida das italianas durante o Renascimento e o papel da mulher na sociedade daquela época.
“A minha busca para descobrir a verdadeira Lisa Gherardini acrescentou novas dimensões para a minha apreciação do retrato. Antes eu via apena uma figura silenciosa, com um sorriso insinuante. Agora contemplo uma filha de Florença, uma mulher da Renascença, a esposa de um comerciante, uma mãe amorosa, uma cristã devota, um espírito nobre. A vida de Lisa existe além da moldura e abre uma janela sobre um tempo que existiu entre a época medieval e a moderna, uma cidade vibrante que explodiu em um florescer completo e uma cultura que redefiniu as possibilidades do homem e da mulher”.
Tour pela França
Mona Lisa pode vir a deixar o Museu do Louvre pela primeira vez em 44 anos. A ministra da Cultura francesa, Françoise Nyssen, deixou em aberto a possibilidade de fazer viajar a obra-prima de Leonardo Da Vinci por vários museus franceses. A câmara de Lens, cidade no Norte do país, já lançou uma campanha para receber a obra com cinco séculos, contrariando as críticas dos conservadores parisienses.