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O rosto que aparece no impeachment é do abuso de poder, do descompromisso das práticas éticas e morais, diz Dilma Rousseff em pronunciamento

A presidenta Dilma Rousseff durante pronunciamento sobre o processo de impeachment. (Foto: Reprodução)

A presidenta Dilma Rousseff fez um pronunciamento à imprensa nesta segunda-feira (18), às 17h, no Palácio do Planalto para comentar a abertura do processo de impeachment contra seu mandato. Essa foi a primeira declaração após o plenário da Câmara ter aprovado no domingo (17) à noite o andamento do processo.

Dilma se disse injustiçada e impedida de governar nesses últimos 15 meses. Relatou uma “sensação de injustiça e de que há uma violência no Brasil contra a verdade, a democracia, e o estado democrático de direito”.

Referiu-se ao processo como de “baixa qualidade”, quando conduzido por pessoas que deveriam estar sendo afastadas. “Por que o rosto que aparece [na condução do impeachment]  é a imagem do abuso de poder, do descompromisso das práticas éticas e morais.”

Ela destacou a dificuldade de governar em um clima de “quanto pior melhor”. “Pior pro governo, melhor para a oposição”, acrescentou. Dilma garante que enfrentará todo o processo no Senado, com coragem, mas com indignação. “Enfrentei por convicção a ditadura e agora enfrento por convicção um golpe de estado para perpetrar um abominável crime que é condenar um inocente.”

Em um recado ao vice-presidente, Michel Temer, a presidenta declarou que nenhum governo será produto de sua democracia sem ser por obra do voto secreto, direto, numa eleição previamente convocada para este fim. “Não se pode chamar de impeachment para uma tentativa de eleição indireta, que se dá porque os que querem o poder não têm votos para tal.”

“É inusitado, estranho, estarrecedor que um vice-presidente conspire contra a presidente, abertamente, em nenhuma democracia do mundo uma pessoa [assim] seria respeitada. A sociedade humana não gosta de traidor”.

Destacou que o mundo e a história nos observa. Ela reafirmou que tem “força, ânimo e coragem”. “Eu não vou me abater.” Ela concluiu declarando que lutou pela democracia na ditadura e que não vão “matar” sua esperança no processo democrático. “A democracia sempre está do lado certo, aprendi isso com a história do meu País, vou participar de todo o processo, me defendendo no Senado. Ao contrário do que uns anunciaram,  não começou o fim, estamos no início da luta que não envolve exclusivamente o meu mandato. Não é por mim, mas por 54 milhões de votos de todos os brasileiros, até mesmo dos que não apoiam o meu governo.” (Fabiane Christaldo/ O Sul)

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