O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, classificou neste sábado (12) o governo da Venezuela sob comando do presidente Nicolás Maduro como “ilegítimo” e disse que os EUA trabalharão com países da América Latina para restabelecer a democracia no país.
“O regime de Maduro é ilegítimo, e os Estados Unidos trabalharão diligentemente para restaurar uma democracia real naquele país”, disse Pompeo a repórteres em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, durante turnê pelos países do Oriente Médio.
“Estamos muito esperançosos de que podemos ser uma força para o bem permitir que a região se junte para entregar isso.”
Novo mandato de Maduro
Na quinta-feira (10), Nicolás Maduro tomou posse para o segundo mandato na presidência da Venezuela. A cerimônia ocorreu no Tribunal Supremo de Justiça do país. A Assembleia Nacional é dominada pela oposição, que não reconhece a legitimidade do novo período do chavista no poder.
A legitimidade de Maduro também foi questionada por diversos países e órgãos internacionais. A Venezuela atravessa por uma crescente crise política, econômica e social há mais de 15 anos.
Logo após prestar juramento, já com a faixa presidencial, Maduro criticou opositores durante discurso. O presidente reeleito disse que a Venezuela está no “centro de uma guerra mundial”, conflito que, nas palavras dele, é travado por “governos satélites dos Estados Unidos”.
“Não há um só país onde não haja uma campanha persistente, diária, permanente, de 20 anos de manipulação contra o comandante [Hugo] Chavez e este humilde trabalhador”, declarou Maduro.
No discurso, o venezuelano insistiu na crítica aos países vizinhos com presidentes opositores a Maduro, como o Brasil e a Colômbia. “Veja o caso do Brasil, o surgimento de um fascista como Jair Bolsonaro”, atacou.
Sobre a Colômbia, cujo presidente Iván Duque também se opõe ao regime chavista, Maduro disse: “Quem libertou a Colômbia foi o exército de [Simon] Bolívar, não do Capitão América”.
“Eu creio que têm medo. Têm medo de nós, de nos encontrar cara a cara, de escutar nossa verdade”, afirmou Maduro.
Estiveram presentes os líderes da Bolívia, Evo Morales; da Nicarágua, Daniel Ortega; de Cuba, Miguel Díaz-Canel; e de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén. Pelo Brasil, a deputada federal eleita e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, compareceu à cerimônia.
De acordo com o jornal “El Universal”, também compareceram: o secretário-geral da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e delegações de Irã, Trinidad e Tobago, Irlanda, Bielorrússia, Rússia, Argélia e África do Sul. O vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, também acompanha a cerimônia.
Maduro conta com o apoio do Supremo e a “lealdade absoluta” da Força Armada Nacional Bolivariana, declarada pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino.