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O secretário-geral ONU crítica países que ignoram fatos sobre a pandemia de coronavírus e as orientações da Organização Mundial da Saúde

Apelo de Antônio Guterres foi durante celebração de 5 anos do Acordo de Paris. (Foto: ONU/Reprodução de vídeo)

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, criticou nesta quinta-feira (3) os países que rejeitaram os fatos sobre a pandemia de coronavírus e ignoraram as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) – mas sem citar nenhum deles nominalmente.

Guterres falou a uma sessão especial da Assembleia-Geral de 193 membros da ONU sobre o coronavírus, que surgiu na cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado e se propagou globalmente, já tendo infectado mais de 100 milhões de pessoas e matado quase 1,5 milhão.

Desde o início, a Organização Mundial da Saúde forneceu informações factuais e orientações científicas que deveriam ter sido a base de uma reação global coordenada”, disse Guterres.

Infelizmente, muitas destas recomendações não foram seguidas. E, em algumas situações, fatos foram ignorados e se ignorou a orientação. E quando países seguem seu próprio rumo, o vírus segue todos os rumos”, disse.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cortou o financiamento de seu país à OMS no início deste ano e anunciou planos de desfiliá-lo da entidade sediada em Genebra, acusando-a de ser um fantoche da China o que a OMS negou. A saída dos EUA deveria ser efetivada em julho do ano que vem, mas o presidente eleito, Joe Biden, disse que revogará a medida.

Em uma crise global, precisamos atender as expectativas daqueles que servem com união, solidariedade e ação global multilateral coordenada”, disse Guterres, que pressiona para que uma vacina contra Covid-19 seja disponibilizada a todos e que países ricos ajudem aqueles em desenvolvimento no combate e na recuperação da pandemia.

Imunização

O presidente da Assembleia Geral da ONU,Volkan Bozkir, convocou a sessão especial do órgão para esta quinta-feira e esta sexta-feira (4). O objetivo é discutir como os países deverão distribuir e executar a imunização contra a Covid-19. O líder da Assembleia Geral afirma que quando as vacinas estiveram prontas, será preciso um plano para que elas possam chegar a cada país e a cada comunidade.

Bozkir disse que a pandemia expôs muitas desigualdades em todo o mundo. Para ele, a forma mais segura de erradicar a doença é também a mais justa: imunizar todas as pessoas.

Ele afirmou que vai utilizar o poder mobilizador da Assembleia Geral em parceria com a Organização Mundial da Saúde e de todo o sistema ONU para fazer chegar a vacina a quem precisa.

A sessão especial de dois dias reúne o secretário-geral da ONU, António Guterres, o presidente rotativo do Conselho de Segurança e embaixador da África do Sul, Jerry Matjila, e outros representantes da organização.

Nesta sexta-feira, ocorrerá um diálogo interativo com três painéis de discussão sobre a resposta à Covid-19 e a ONU, o caminho para uma vacina como um bem global e o plano de recuperação da Covid-19.

Os painéis serão antecedidos por uma apresentação do diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, e contarão com especialistas e representantes da sociedade civil e do setor privado.

De acordo com a OMS, a Covid-19 já matou quase 1,5 milhão de pessoas em 220 países. Até esta quinta-feira, mais de 63,7 milhões haviam sido contaminados com o novo coronavírus.

O presidente da Assembleia Geral, Volkan Bozkir, lembrou que a resposta da ONU à pandemia está baseada em três pilares: uma coordenação abrangente e de larga escala, um esforço para salvaguardar vidas e subsistências e um processo transformar de recuperação. As informações são da agência de notícias Reuters e da ONU.

 

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