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O Senado criou uma comissão para acompanhar as ações de enfrentamento aos incêndios no Pantanal

Incêndio no Pantanal em Mato Grosso registrado no último sábado (12). (Foto: Mayke Toscano/Secom-MT)

O Senado instalou, nesta quarta-feira (16), sua comissão temporária externa para acompanhar as ações de enfrentamento aos incêndios que há pelo menos dois meses destroem o Pantanal.

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) foi eleito presidente da comissão especial externa que vai acompanhar as ações de enfrentamento aos incêndios na região do Pantanal. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) será o relator da comissão. Também integram o grupo as senadoras Simone Tebet (MDB-MS) e Soraya Thronicke (PSL-MS). A reunião de instalação do colegiado foi realizada de forma remota na tarde desta quarta-feira.

A comissão já aprovou seu primeiro requerimento, apresentado por Wellington, para a realização de uma visita a Mato Grosso, nas regiões afetadas pelas queimadas. A viagem deve ocorrer no próximo sábado (19). Ele disse que o momento é de muita angústia e agradeceu as manifestações de apoio que tem recebido de entidades governamentais e da sociedade civil.

Queremos uma grande parceria. Vamos buscar soluções para a preservação do Pantanal”, declarou.

Wellington Fagundes destacou que o bioma Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do globo terrestre. Além de um amplo leque de espécies vegetais e animais, observou o senador, a região abriga várias comunidades indígenas. Ele ainda pediu a mobilização do poder público, de toda a sociedade brasileira e da comunidade internacional “para salvar o Pantanal, vidas humanas, nossa fauna e nossa flora”. O senador ainda sinalizou que a comissão pretende trabalhar em um Estatuto do Pantanal.

Precisamos estar irmanados para levar nosso país a um novo patamar da civilização, e isso passa necessariamente pela preservação e pela exploração racional do nosso querido e amado Pantanal. Antes, porém, precisamos salvá-lo”, afirmou.

A comissão temporária foi criada após a apresentação de um requerimento pelo senador Wellington Fagundes. A previsão inicial é que o grupo de quatro senadores acompanhe, ao longo de 90 dias, as ações de combate aos incêndios no Pantanal.

Os parlamentares vão analisar os desdobramentos dessas ações e estudar as providências necessárias para evitar novas queimadas, além de monitorar as ações de proteção da fauna e da flora, das populações diretamente atingidas e do impacto na economia da região. O trabalho dos senadores deve ser feito por meio de visitas in loco, reuniões e debates com os envolvidos — que incluem órgãos federais, estaduais e municipais, organizações não governamentais (ONGs), pesquisadores e especialistas.

A seca no Pantanal é considerada a mais intensa dos últimos 60 anos. A estiagem grave afeta o ciclo das águas na região e favorece a ocorrência de incêndios. Autoridades estimam que a área destruída pelas chamas já esteja próxima a três milhões de hectares (cada hectare corresponde aproximadamente às medidas de um campo de futebol oficial).

Conforme um relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na última segunda-feira (14), os incêndios na área do Pantanal aumentaram 210% neste ano na comparação com o mesmo período de 2019. As perdas para a fauna e a flora da região são consideradas imensuráveis.

O Pantanal é um bioma constituído principalmente por uma savana estépica, alagada em sua maior parte, com 250 mil quilômetros quadrados de extensão. A maior parte do Pantanal fica no Brasil, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Uma parte desse bioma está no Paraguai e na Bolívia. As informações são da Agência Senado.

 

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