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O senador e presidente do Partido Progressista, Ciro Nogueira, foi alvo de uma operação da Polícia Federal

"Apagão no Brasil! Aconteceu hoje, mas começar, começou em 01 de janeiro", escreveu Ciro Nogueira no Twitter. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (22), uma operação a partir de um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) que teve como principal investigado o senador Ciro Nogueira, presidente do PP.

A ação, batizada de Compensação, foi autorizada pela ministra Rosa Weber. A PF investiga supostos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. Cerca de 30 policiais federais cumpriram sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina (PI), Brasília (DF) e São Paulo (SP), além de intimações para colher depoimentos de envolvidos. A PF fez buscas em residências e sedes de duas empresas ligadas ao senador.

De acordo com investigadores, o irmão do senador, Gustavo Nogueira, foi alvo de mandado de busca e intimação. Em setembro do ano passado, logo depois da abertura do inquérito no STF, endereços ligados ao senador em Teresina, no Piauí, foram alvos de mandados de busca e apreensão.

O parlamentar afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “não vê razões que justifiquem a ação, uma vez que sempre esteve à disposição para colaborar com as investigações”. Ele disse ainda que espera o “rápido esclarecimento dos fatos, que, mais uma vez, irão comprovar a improcedência das acusações”. A defesa do senador também se manifestou por meio de nota.

Investigação

O inquérito foi aberto no STF em setembro do ano passado, por decisão do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato. O objetivo é investigar o presidente do PP, o ex-ministro e atual prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), e os executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud.

Fachin atendeu a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que quer apurar o envolvimento dos quatro em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Conforme a PGR, o objetivo é investigar suposto pagamento de propina ao senador para que o partido apoiasse o PT, em 2014, e, em 2017, para que o PP não apoiasse o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Em 2014, segundo Joesley e Saud, o PP recebeu valores para integrar a coligação do PT nas eleições. O dinheiro teria sido repassado por meio de doações eleitorais oficiais ao PP, além de R$ 2,5 milhões em dinheiro, por meio de um supermercado no Piauí. O valor total repassado teria sido de R$ 43 milhões.

Quem aprovava os pedidos era o ministro Edinho Silva, segundo as delações. De acordo com as investigações, os recursos recebidos no Piauí, pagos pelo supermercado, foram entregues em dinheiro para Gustavo Nogueira, irmão do senador Ciro Nogueira.

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