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O Supremo decide nesta terça se Bolsonaro será réu no caso sobre a acusação de racismo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) vai retomar o julgamento da acusação de racismo contra Jair Bolsonaro (PSL) nesta terça (11). O ministro Alexandre de Moraes, que interrompeu a discussão do caso no dia 28 de agosto com um pedido de vista, incluiu o processo na pauta do colegiado, presidido por ele. Será de Moraes o voto decisivo. Quando suspendeu o debate, havia um empate. O episódio que levou Bolsonaro ao STF é rumoroso e, não raro, mencionado por adversários da corrida eleitoral.

O voto de Moraes decidirá se Bolsonaro deve se tornar réu sob acusação de racismo. O presidenciável foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por ter, em uma palestra no Rio, se referido de maneira pejorativa a quilombolas. Na ocasião, ele disse que foi a uma aldeia e que o “afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”.

Outro contexto O caso começou a ser discutido na Turma antes do atentado ao presidenciável, em Juiz de Fora, na quinta (6). Qualquer que seja a decisão do Supremo, ela terá implicação no debate eleitoral.

A campanha de Bolsonaro programava atos de rua com o parlamentar em São Paulo, Estado em que avaliam que ele pode avançar ainda mais sobre o eleitorado. Com a internação do candidato, Eduardo, filho dele, vai assumir as agendas.

O primeiro giro do deputado em nome do pai deverá ser nos dias 14 e 15, passando por Marília. Na próxima semana, está prevista uma viagem que incluirá Santos e terminará com um ato “em homenagem a Lula”, uma ironia, em São Bernardo do Campo.

Dirigentes do PSL querem levar os generais Mourão, vice de Bolsonaro, e Augusto Heleno às agendas.

Para marcar posição na defesa da democracia em meio ao temor de recrudescimento da radicalização política no País, o ministro Dias Toffoli recuperou trecho de seu discurso de posse no TSE, em maio de 2014, para usar quinta (13) ao assumir o comando do STF.

O jogo democrático traz incertezas. A coragem de se submeter a essas incertezas faz a grandeza de uma nação”, disse o magistrado naquele ano.

Adversários

Embora o PT tenha recorrido ao TSE para prorrogar o prazo para substituir Lula na eleição, integrantes da cúpula da sigla admitem que a luta “acabou”. A previsão é a de que a executiva do partido chancele em ata, na terça (11), data limite para a substituição do ex-presidente, a troca por Fernando Haddad (SP).

No mesmo dia, o PC do B, de Manuela d’Ávila, que assumirá a vice na chapa petista, vai reunir sua executiva em São Paulo. A ideia é não fazer um grande evento em respeito a Lula, que está abalado. Roteiro traçado hoje no PT prevê atos pelo País na quinta (13).

Enquanto é tempo Postergar a troca, avaliam petistas, seria entrar em zona de risco perigosa.

Ciente de que a briga pelo espólio eleitoral de Lula vai começar para valer, a campanha de Ciro Gomes (PDT) vai centrar suas forças no Nordeste. Imagens do pedetista em viagem à região serão incluídas nas propagandas eleitorais a partir desta segunda (10).

Para dirigentes do PDT, o Nordeste é a região em que Haddad vai buscar a maior parte dos votos de Lula. Por isso, Ciro moldou o discurso. Vai dizer que ele, por ser do Ceará, é o único nordestino na disputa.

Marina Silva (Rede) vai adaptar sua retórica após o ataque a Bolsonaro. Além de dizer que o episódio ratifica sua tese sobre a necessidade de pacificação, falará contra o armamento da população.

Geraldo Alckmin (PSDB), que já vinha falando nesse sentido, também vai reforçar a pregação pela pacificação e união do País.

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