Com o objetivo de tranquilizar seus anunciantes, o YouTube informou na quinta-feira (30) que eliminou mais de 150 mil vídeos infantis que possuíam comentários inapropriados. Alguns dos comentários tinham teor pedófilo. As informações são da agência de notícias AFP.
Tudo começou com um artigo publicado no jornal britânico The Times, que afirmava que os anúncios de grandes marcas, como Adidas, Amazon e Mars, apareciam em vídeos no YouTube de crianças e adolescentes, que estavam recheados de comentários pedófilos.
Vários anunciantes decidiram deixar de anunciar no YouTube por este motivo. A empresa de informática americana HP confirmou que “pediu imediatamente à Google que suspenda qualquer publicidade no YouTube”.
O YouTube disse que “eliminou várias centenas de contas e mais de 150 mil vídeos” que tinham problemas.
Na plataforma de vídeos do Google, o propulsor das receitas é a publicidade digital. O YouTube proibiu ainda a publicidade em “mais de 2 milhões de vídeos e 50 mil canais que se identificavam como conteúdo familiar, mas não eram”. A empresa bloqueou ainda os “comentários em 625 mil vídeos”.
“Temos políticas claras contra os vídeos e os comentários no YouTube que sexualizam ou exploram as crianças e as aplicamos de maneira drástica cada vez que somos alertados sobre esse conteúdo”, disse um porta-voz do YouTube.
O YouTube garante ter “reforçado recentemente [seu] enfoque sobre os vídeos e os comentários relacionados com crianças que, embora não fossem ilegais, continuam sendo preocupantes”.
Diante da pergunta de se a plataforma sofre com o boicote de alguns anunciantes, o porta-voz respondeu que “nenhuma publicidade deveria ser difundida sobre este conteúdo”.
“Estamos trabalhando para remediar esta situação o quanto antes”, acrescentou.
Essa é a segunda vez este ano que o YouTube enfrenta este tipo de polêmica. Um artigo publicado no começo do ano no Times afirmava que os anúncios apareciam perto de conteúdos antissemita, incitando o ódio ou fazendo apologia do terrorismo.
A Google se comprometeu a garantir que as publicidades de seus anunciantes não ficassem perto de conteúdos polêmicos.
Usuários
O YouTube tem mais de um bilhão de usuários, o que representa quase um terço dos usuários da internet, segundo informações divulgadas pela empresa. O YouTube, e até mesmo o YouTube para dispositivos móveis, atinge mais adultos de 18 a 34 anos e de 18 a 49 anos que qualquer canal de TV a cabo nos EUA. Mais da metade das visualizações do YouTube são feitas em dispositivos móveis. O YouTube já lançou versões locais em mais de 88 países.
