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Objetivo do Banco Central é colocar a inflação em 3% ao ano, diz o seu presidente

Presidente do BC falou falou sobre as razões para a cautela da autarquia em começar a baixar a taxa de juros. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reforçou nessa segunda-feira (29) o compromisso da autarquia com a missão de devolver a inflação ao centro da meta estipulada, que atualmente é de 3% ao ano. Durante sua participação no evento Macro Vision 2025, promovido pelo banco Itaú, em São Paulo, Galípolo destacou que a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) permanece acima de 5% no acumulado de 12 meses, o que, segundo ele, configura uma “convergência lenta” em direção ao objetivo fixado pelo Conselho Monetário Nacional.

“A meta, o comando legal que o Banco Central recebe, é o do colocar a inflação em 3%”, afirmou Galípolo durante o painel. “A taxa de juros pode estar alta comparada a outros momentos do passado ou a outros países, mas vamos dosar o remédio em função da nossa meta, que é 3%.”

A taxa básica de juros, a Selic, está atualmente fixada em 15% ao ano, patamar considerado elevado. Segundo o presidente do BC, a autoridade monetária avalia com cautela o momento mais apropriado para dar início a um eventual ciclo de redução dos juros. O motivo, explicou, está ligado a fatores como o comportamento da inflação corrente, as projeções futuras, as expectativas de mercado e o cenário de incerteza econômica, além de um mercado de trabalho ainda aquecido.

Galípolo reconheceu que existem sinais de desaceleração econômica, o que, em tese, pode favorecer uma futura redução na taxa de juros. No entanto, ponderou que a conjuntura exige uma postura de cautela por parte do BC. “É importante termos humildade, dado o nível de incerteza, e ainda é necessário muito esforço, seja pelas projeções do BC, pelas expectativas e pela inflação corrente fora da meta, o que demanda que permaneçamos vigilantes, serenos e persistentes”, afirmou.

O presidente da instituição também mencionou que o mercado de trabalho segue apresentando força, o que contribui para a resiliência da economia e, consequentemente, pode manter a inflação pressionada. “Temos diversos indícios de que a economia ainda está resiliente, então seguiremos acompanhando esses dados e vendo como eles se acomodam para que tenhamos segurança da convergência da inflação à meta”, completou.

A fala de Galípolo ocorreu em um contexto em que o mercado financeiro e agentes econômicos acompanham atentamente os sinais emitidos pelo BC em relação ao rumo da política monetária e à trajetória da inflação no País. (Com informações da revista Veja)

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