As roupas usadas por Virginia Fonseca na CPI das Bets – que, nessa terça-feira (13), interrogou a jovem influenciadora digital, uma das mais conhecidas divulgadoras de sites de jogos de azar on-line – não foram escolhidas ao acaso. O visual aparentemente despojado da moça de 26 anos chamou atenção de internautas, que levaram o nome da influencer ao topo da lista de assuntos mais comentados no X. Nas redes sociais, seguidores apontam que o “look” composto por óculos joviais, moletom estampado com o rosto da filha e copo térmico inteiramente rosa contrasta com o que normalmente ela exibe para no sem-número de vídeos diários que posta.
A consultora de imagem Clara Laface considera que o visual de Virginia Fonseca foi “milimetricamente calculado para encarnar a persona da jovem despretensiosa, quase alheia à gravidade do tema”, como afirmou, em análise publicado no X. Aliás, um dos acessórios chamativos — um copo Stanley de tamanho generosa e cor-de-rosa choque — fez com que ela protagonizasse um momento pitoresco, e que viralizou nas redes.
Na ocasião, ela usou o microfone acreditando que se tratava do canudo de seu copo, alocado no próprio colo, sobre a cadeira. “Tão natural quanto a luz do poste”, ironizou um internauta no X, ao discorrer sobre o tal momento curioso. Para grande parte dos usuários do microblog, a situação não transpareceu veracidade.
“Uma mulher com 53 milhões de seguidores, que vai numa casa de leis vestida como se estivesse numa festa do pijama, infantilizando um ato tão sério que é a CPI das Bets e que lesou centenas de famílias é vergonhoso”, escreveu outro internauta, por meio do X.
A CPI das Bets, que tem como relatora a senadora Soraya Thronicke (Podemos), investiga eventuais conexões entre as plataformas que operam o serviço de aposta e crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e associação criminosa. Virginia tem mais de 53 milhões de seguidores no Instagram e contratos milionários com empresas de apostas. O colegiado tenta entender a influência de personalidades digitais sobre a estratégia de comunicação dessas empresas.
A todo momento, porém, Virginia enfatizou, diante dos senadores na CPI, que jamais teve ciência do problema social gerado pela febre de jogos de azar on-line. A influenciadora digital alega que, até hoje, apenas um entre os mais de 53 milhões de seguidores escreveu para ela relatando que cultivava uma relação de vício com plataformas de aposta.
Em resposta aos questionamentos sobre o crescimento da ludopatia (transtorno caracterizado por vício em jogos de azar) no país, Virginia salientou que “vício sempre existiu em vários áreas”.
Virginia ressaltou que não se arrepende dos anúncios que fez para empresas de apostas — e que não tem como ajudar seguidores que pedem socorro. “Não me arrependo de absolutamente nada do que já fiz na minha vida. Acredito que tudo serviu de ensinamento. Então, eu fiz e, hoje, estou aqui depondo para colaborar com vocês e espero que ajude”, acrescentou ela. As informações são do jornal O Globo.