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Odebrecht e JBS afirmam ter despejado ao menos 198 milhões de reais em campanhas eleitorais para recuperar recursos de impostos pagos indevidamente a cinco Estados e à União

Joesley Batista resumiu como funciona essa relação: "Os políticos arrumam dificuldades para vender facilidades". (Foto: Divulgação)

Em troca de dinheiro de impostos cobrados indevidamente e retidos nos cofres públicos, delatores da JBS e da Odebrecht afirmam que pagaram propina e fizeram doações legais a candidatos, em anos de eleição. Ao menos R$ 198,65 milhões foram pagos para liberar R$ 3,177 bilhões em tributos retidos por cinco Estados – Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Ceará – e pela unidade da Receita Federal em São Paulo. Em depoimento, Joesley Batista disse que os “políticos arrumam dificuldades para vender facilidades”.

As delações premiadas da Operação Lava-Jato vêm mostrando uma prática ilícita, desconhecida e corriqueira em vários estados. Uma empresa tem créditos fiscais a receber do governo estadual, que, por sua vez, simplesmente não os paga e deixa esses créditos acumularem. Chega o ano de eleição e, finalmente, a empresa consegue o dinheiro devido. Mas isso não sai de graça. Em troca, é feita uma contribuição para a campanha, ou é repassado dinheiro por fora.

Na delação dos executivos da empreiteira Odebrecht, foram relatados casos semelhantes no Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo a delação de pessoas ligadas ao frigorífico JBS, o mesmo ocorreu em Minas Gerais e no Ceará. Também foi relatado um esquema parecido na esfera federal, mais precisamente na unidade da Receita em São Paulo. Esses casos somados envolvem pagamentos de propinas de R$ 198,65 milhões para a liberação de créditos fiscais de R$ 3,177 bilhões. Em sua delação, Joesley Batista resumiu como funciona essa relação: “Os políticos arrumam dificuldades para vender facilidades”.

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