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Odebrecht terá sete dias para entregar dados sobre gasoduto à promotoria do Peru

Sede do conglomerado brasileiro Odebrecht em Lima, no Peru (Foto: Reuters)

A filial da Odebrecht no Peru tem um prazo de 7 dias para entregar informação sobre a construção do Gasoduto Sul Peruano ao promotor Reynaldo Abia em um caso que está envolvida a ex-primeira dama Nadine Heredia, segundo informou neste sábado (18) um comunicado do Ministério Público.

A entrega de informação faz parte do acordo assinado na sexta-feira (17) por diretores de Odebrecht com o promotor Abia, durante a visita que este fez à sede da construtora em Lima como parte das investigações abertas contra 13 pessoas, incluindo a esposa do ex-presidente Ollanta Humala, Nadine Heredia.

A ex-primeira dama é investigada por supostamente ter intervindo para que a Odebrecht ganhasse a licitação para a construção do gasoduto durante o governo de Humala (2011-2016). Uma equipe de promotores, liderados por Abia, revisou e recolheu documentação relacionada à informação reservada sobre a construção do gasoduto, que a Odebrecht ganhou em consórcio com a espanhola Enagás em 2014.

Após a diligência, Abia declarou à imprensa que a Odebrecht “está colaborando com a entrega de informação que é vital para que sejam esclarecidos os fatos”. A investigação preliminar da Promotoria se dirige contra Heredia, o ex-diretor da empresa brasileira em Lima Jorge Barata e uma dezena de ex-funcionários do governo e da companhia.

Escândalo da Odebrecht

Em acordo de leniência firmado com o Departamento de Justiça dos EUA, derivado das investigações da Lava-Jato, a Odebrecht admitiu ter pago em propina US$ 788 milhões entre 2001 e 2016 a funcionários do governo, representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de outros 11 países. Para o órgão dos EUA, é o “maior caso de suborno internacional na história”.

A construtora brasileira pagou propina para garantir contratos em mais de 100 projetos em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela, segundo o acordo.

No Peru, a empreiteira admitiu à Justiça americana ter pagado US$ 29 milhões em subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014 – período que compreende os governos de Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

No período, a construtora participou de mais de 40 projetos no país, que envolveram cerca de US$ 12 bilhões em gastos públicos. Os peruanos compõem a segundo maior grupo de trabalhadores da empresa, atrás apenas dos brasileiros – dos 128 mil funcionários do grupo, cerca de 10 mil são peruanos. (AG) 

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