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Óleo coletado no Rio de Janeiro é compatível com o do Nordeste, diz o governo

Órgãos do governo federal que acompanham o desastre ambiental confirmaram a origem do material encontrado na praia de Santa Clara, em São Francisco de Itabapoana. (Foto: Divulgação/Prefeitura de Belmonte)

O GAA (Grupo de Acompanhamento e Avaliação) formado pela Marinha, ANP (Agência Nacional de Petróleo) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) divulgou nesta terça-feira (26) que o óleo coletado no domingo (24) na praia de Santa Clara, em São Francisco de Itabapoana (RJ), é compatível com o que já foi encontrado na costa do Nordeste e do Espírito Santo.

Santa Clara é a segunda praia do estado do Rio atingida pelo material. A primeira foi Grussaí, em São João da Barra. Aproximadamente 20 gramas do material foram recolhidos e analisados no IEAPM (Instituto de Estudo do Mar Almirante Paulo Moreira), em Arraial do Cabo, que confirmou a origem do óleo.

Segundo o GAA, militares da Marinha e agentes do Ibama já se encontram no local efetuando monitoramento. Ainda de acordo com o GAA, até o momento, não foram encontrados novos vestígios de óleo no estado do Rio.

No mesmo domingo foram coletados materiais na praia de Guriri, também em São Francisco de Itabapoana; no Canal das Flechas, em Quissamã; e na praia do Barreto, em Macaé; mas não houve confirmação de compatibilidade com o óleo do Nordeste.

Mais de 700 localidades atingidas

As primeiras manchas de óleo foram localizadas na Paraíba em 30 de agosto. Desde então, o óleo já foi localizado em 724 localidades, segundo levantamento do Ibama divulgado na última sexta-feira (22). Entre os municípios do litoral nordestino, principal região do Brasil atingida, 72% dos municípios tiveram praias afetadas. Durante mais de um mês, o óleo ficou concentrado em praias de oito Estados: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Um marco na cronologia da crise ocorreu em 3 de outubro, quando o óleo chegou ao litoral da Bahia. Depois disso, no começo de novembro, no dia 8, a Marinha apontou que fragmentos chegaram ao Espírito Santo. Em quase três meses de desastre, os dados mostraram que a cada 10 locais atingidos, 3 voltaram a apresentar manchas de óleo após limpeza no Nordeste. Nas semanas recentes, o ritmo da reincidência diminuiu e aumentou o número de localidades afetadas por fragmentos classificados como “esparsos” pela força-tarefa.

Oito dos 11 Estados afetados pela manchas de óleo que contaminam o litoral brasileiro desde agosto estão destinando os resíduos para aterros sanitários ou fábricas de cimento que reaproveitam o material.

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