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Ondas de rádio são detectadas a anos-luz da Terra

Os sinais observados são provenientes da constelação de Boötes. (Foto: Reprodução)

Astrônomos podem ter detectado a primeira emissão de rádio de um planeta que está fora do Sistema Solar, segundo um artigo publicado no Astronomy & Astrophysics. Os sinais foram observados a partir da constelação de Boötes, a 51 anos-luz da Terra, por pesquisadores da Universidade Cornell (EUA), da Universidade de Paris (França) e da Universidade de Orléans (França).

“Apresentamos um dos primeiros indícios de detecção de um exoplaneta no espectro do rádio”, disse Jake Turner, um dos pesquisadores, em comunicado. “O sinal é do sistema Tau Boötes, que contém uma estrela binária e um exoplaneta. Acreditamos em uma emissão do próprio planeta. Pela força e polarização do sinal de rádio e do campo magnético do planeta, é compatível com as previsões teóricas.”

Usando o Low Frequency Array (Lofar), um radiotelescópio na Holanda, os cientistas buscaram por emissões de alguma explosão em um sistema estelar que hospedasse um tipo de planeta chamado Júpiter quente, que é um gigante gasoso localizado muito perto de seu próprio sol. Anallisando uma série de dados, eles notaram que um fenômeno no sistema Tau Boötes exibia uma assinatura de rádio significativa, permitindo a análise do campo magnético do planeta.

Segundo os pesquisadores, observar o campo magnético de um exoplaneta ajuda-os a decifrar as propriedades internas e atmosféricas de um planeta, bem como a física das interações planeta-estrela. “O campo magnético de exoplanetas semelhantes à Terra pode contribuir para sua possível habitabilidade, protegendo suas próprias atmosferas dos ventos solares e dos raios cósmicos e blindando o planeta da perda atmosférica”, explicou Turner.

Após analisarem quase 100 horas de observações de rádio, os pesquisadores foram capazes de encontrar a assinatura procurada. No entanto, a equipe destaca que os sinais captados não foram fortes. “Resta alguma incerteza de que o sinal de rádio detectado seja do planeta. A necessidade de observações de acompanhamento é crítica”, ponderou o cientista.

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