Ícone do site Jornal O Sul

Operação da Polícia Federal investiga suspeitos de arrecadar mais de 200 milhões de reais em golpe do falso investimento na bolsa

Grupo criminoso prometia investimentos com lucro acima do mercado, mas valores não eram totalmente aplicados. (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

Uma operação da Polícia Federal (PF) está investigando um grupo criminoso que arrecadou mais de R$ 200 milhões em um golpe do falso investimento na bolsa de valores. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na quinta (28), no Paraná e em São Paulo.

A Justiça também determinou o sequestro de automóveis, imóveis e criptoativos. Batizada de Operação Traders, ela é comandada pela Delegacia de Polícia Federal de Guaíra, na região oeste do Paraná.

Os investigados se apresentavam como “traders” para captar economias de vítimas e investidores, a fim de aplicar os recursos no mercado de valores mobiliários.

Os suspeitos podem responder por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, contra o mercado de capitais, contra a economia popular, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo as investigações, o grupo prometia investimentos com lucro acima do mercado. Apesar disso, os valores entregues pelas vítimas não eram totalmente aplicados e resultavam em prejuízos.

A PF contabilizou milhares de vítimas nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Os investimentos mínimos feitos eram de R$ 1 mil. Entretanto, há vítimas que investiram mais de R$ 1 milhão.

A polícia informou que o grupo usava 22 empresas que não eram autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os valores eram depositados e, depois, transferidos parcialmente para contas de membros do grupo.

Além disso, o esquema contava com contratos de investimento coletivo em nome de empresa de fachada, que não tinham registro na CVM e sem garantias, conforme a PF.

Com o passar do tempo, os suspeitos não conseguiram mais honrar com os lucros prometidos. A investigação aponta que o responsável pelo grupo chegou a afirmar às vítimas que iria migrar os investimentos na bolsa por um banco digital para fazer os pagamentos.

A operação

As investigações começaram em 2021, quando a polícia identificou filiais das supostas empresas que faziam os investimentos na bolsa em cidades da região da fronteira, como Umuarama, Douradina e Guaíra.

Os líderes dos grupos ostentavam veículos de luxo, incompatíveis com a renda declarada, segundo a PF.

Durante as investigações, foi apurado ainda que a organização criminosa captou e movimentou valores que ultrapassam os R$ 200 milhões e fez milhares de vítimas no estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, concentrando-se na região oeste do Paraná e na capital Curitiba.

Os valores aplicados pelas vítimas variavam de R$ 1 mil (valor mínimo aceito pelo grupo), sem limite máximo. Algumas pessoas investiram cifras que ultrapassaram R$ 1 milhão.

As quantias eram depositadas nas contas das empresas investigadas e depois transferidas, parcialmente, para as contas pessoais dos líderes do esquema. A investigação seguem em andamento e é feita em conjunto entre a Polícia Federal em Guaíra e o Núcleo de Pesquisa e Investigação da Receita Federal do Brasil em Foz do Iguaçu.

Sair da versão mobile