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Operação Lava-Jato avança no exterior e coloca governos da América Latina sob suspeita

(Foto: Reprodução)

Prestes a completar três anos, a Operação Lava-Jato começa a alcançar políticos de peso em diferentes países da América Latina, investigados sob a suspeita de terem sido beneficiados pelo esquema de propinas de empreiteiras brasileiras.

No sábado (04), o ex-presidente do Peru Alejandro Toledo teve sua casa vasculhada e documentos apreendidos por uma equipe da Procuradoria e da Polícia Nacional do seu país, que também pediram sua prisão preventiva. Na Colômbia, as autoridades anunciaram na terça-feira (07) suspeitar de que a campanha do atual presidente, o Nobel da Paz Juan Manuel Santos, teria recebido, por meio de um intermediário, propina paga pela Odebrecht. Ambos negam qualquer ilegalidade.

Representantes do Ministério Público e da polícia de diferentes países da América Latina têm trocado informações com investigadores brasileiros por meio de acordos de cooperação internacional para apurar supostos esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude em contratos e doações irregulares de campanha.

Além de Santos e Toledo, estão sendo investigados outros políticos de alto escalão e ex-representantes dos governos colombiano e peruano e suspeitos de envolvimento em esquemas em outros países da região: Argentina, Chile, República Dominicana, Venezuela, Panamá, México, Guatemala e Equador.

A Odebrecht já admitiu ao Departamento de Justiça dos EUA ter pago US$ 788 milhões em propina, entre 2001 e 2016, a funcionários de governo, representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de 11 países (os citados acima, exceto o Chile – que está ligado a delações de outra empreiteira –, mais Angola e Moçambique).

Procurada para comentar as investigações, a Odebrecht informou que “não se manifesta sobre o tema, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça, tanto no Brasil quanto no exterior”. “A exemplo do acordo anunciado em dezembro com autoridades do Brasil, dos Estados Unidos e da Suíça, a Odebrecht também está disposta a contribuir com as investigações realizadas pela Justiça de outros países”, esclareceu. A OAS, investigada no Chile, não se manifestou. (BBC)

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