A Operação Lava-Jato tem cinco novos delatores, revela a força-tarefa do Ministério Público Federal, no Paraná, base das investigações sobre corrupção e propinas na Petrobras que agora avança para a Eletronuclear. Os nomes desses cinco colaboradores ainda são mantidos em sigilo pelos procuradores da Lava-Jato.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa, afirmou que “as defesas atacam as delações, acusam que elas trazem fatos inverídicos”. “Mas, aos poucos, elas [as delações] foram confirmando o esquema e uma se encaixando na outra.” Até esta etapa da investigação, a Lava-Jato, em seu 16 capítulo, contabiliza 22 delatores que firmaram acordo com a Procuradoria no Paraná.
Os nomes de 16 são conhecidos: o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e seus familiares (a mulher Marici da Silva Azevedo Costa, as filhas Shanni Azevedo Costa Bachmann e Arianna Azevedo Costa Bachmann e os genros), o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, o doleiro Alberto Youssef e seu ajudante Rafael Ângulo Lopez, os empreiteiros que faziam parte da cúpula da Camargo Corrêa, Dalton Avancini e Eduardo Leite, os lobistas Júlio Camargo e Shinko Nakandakari, e os empresários Augusto Ribeiro, Luccas Pace Junior e João Procópio.
O delator mais recente é o lobista Milton Pascowitch. Em seus depoimentos, ele afirmou que o ex-ministro da Casa Civil no governo Lula José Dirceu recebeu propinas do esquema na Petrobras por meio de consultorias fictícias. Dirceu, por sua assessoria de imprensa, nega categoricamente recebimentos ilícitos.
Outros delatores, como o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, assinaram pacto diretamente com a Procuradoria-Geral da República. Costa foi o primeiro delator da Lava-Jato. Desde que escancarou o esquema de corrupção e propinas na estatal, ele prestou 118 depoimentos. Suas declarações apontaram nomes de deputados, senadores e governadores que teriam recebido percentual de propinas pagas por empreiteiras. (AE)
