A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu, nesta sexta-feira (14), que as condições locais devem ser levadas em consideração se um país pretende permitir que as pessoas vacinadas contra a covid-19 não usem máscaras em público.
“No caso de um país que deseja eliminar a obrigatoriedade da máscara, isso só deve ser feito no contexto de considerar tanto a intensidade de transmissão na área quanto o nível de cobertura vacinal”, disse o especialista em emergências da OMS, Mike Ryan.
O alerta é feito no dia seguinte à decisão dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA que liberaram, desde quinta-feira (13), pessoas totalmente vacinadas contra a doença da obrigatoriedade do uso de máscara ao ar livre e também em ambientes internos, na maior parte dos locais.
O acelerado ritmo de vacinação dos EUA, que já ultrapassou três milhões de doses aplicadas em um único dia, trouxe segurança para o país afrouxar mais medidas de contenção da pandemia da covid-19. No final de abril, o CDC havia liberado passeios ao ar livre sem máscaras e em reuniões com poucos amigos e familiares, respeitando o distanciamento social e evitando aglomerações.
Até a última quarta (12), cerca de 154 milhões de norte-americanos haviam tomado ao menos uma dose de vacina contra a covid-19, e 117,6 milhões de pessoas, equivalente a um terço da população do País, já estão integralmente imunizadas.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também pediu, nesta sexta, aos governos que não forem vacinar crianças e adolescentes contra a covid-19 que destinem essas doses à Covax, iniciativa criada para que países com menos recursos tenham acesso à vacinação.
Ano mais mortal
O segundo ano da pandemia está prestes a provocar mais mortos do que no ano passado, alertou a OMS nesta sexta. Alguns países, como a Índia, enfrentam uma situação epidemiológica pior neste ano.
A pandemia da covid-19 matou pelo menos 3,3 milhões de pessoas em todo mundo desde o fim de dezembro de 2019.
O aparecimento de variantes e o progresso desigual das campanhas de vacinação são motivos de preocupação.
De acordo com o diretor-geral da OMS, “no ritmo que as coisas vão, o segundo ano da pandemia será muito mais mortal do que o primeiro”.
Ele também pediu aos países que desistam de vacinar crianças e adolescentes contra a covid e doem as doses assim liberadas para o sistema Covax. Com isso, elas seriam redistribuídas para os países desfavorecidos.
De acordo com ele, atualmente, 0,3% das vacinas vão para países pobres.
Nesta sexta, a Grécia suspendeu todas as restrições de circulação, após sete meses de confinamento, para relançar uma esperada temporada de turismo. Agora, a única condição para viajar para a Grécia é estar vacinado, ou apresentar teste negativo de covid.
O governo grego lançou uma grande campanha de vacinação, com o objetivo de que as ilhas estejam “totalmente protegidas até o final de junho”. No total, mais de 3,8 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina neste país de 11 milhões de habitantes.
Tendo em vista a temporada turística, a Itália anunciou, por sua vez, que suspenderá a partir deste domingo (16) a quarentena de cinco dias para os turistas europeus. A pandemia provocou a pior recessão do Pós-Guerra na península, cujo PIB é fortemente dependente do setor de turismo.
A Inglaterra também se prepara para dar um grande passo, com a reabertura de museus, hotéis e estádios na segunda (17), graças à queda acentuada do coronavírus, após um longo confinamento e a vacinações realizadas com agilidade.
Um surto da variante indiana no noroeste da Inglaterra e em Londres preocupa as autoridades. Foi lançada uma campanha de detecção acelerada.
A França anunciou que os viajantes de quatro novos países (Colômbia, Bahrein, Costa Rica e Uruguai), em uma lista de 12, estariam sujeitos a uma quarentena de dez dias a partir de domingo.