A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou nesta segunda-feira (9), que o risco de uma pandemia é real, após o novo coronavírus ser registrado em mais de cem países e mais de cem mil pessoas terem sido contaminadas.
“É certamente perturbador que tantas pessoas em tantos países tenham sido afetadas tão rapidamente. Agora que o vírus está presente em tantos países, a ameaça de uma pandemia se tornou real. Mas seria a primeira pandemia na história que poderia ser controlada. Não estamos à mercê deste vírus”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“A grande vantagem que temos é que as decisões que todos tomamos, como governos, negócios, comunidades, famílias e indivíduos podem influenciar a trajetória dessa epidemia. Precisamos lembrar que, com uma ação decisiva e rápida, podemos desacelerar o coronavírus e prevenir infecções. Entre aqueles que estão infectados, a maioria vai se recuperar”, afirmou.
Segundo o diretor-geral, na China, entre 80 mil casos reportados, mais de 70% das pessoas se recuperaram.
O diretor-geral da OMS também afirmou que o número total de casos e de países onde ocorre a covid-19 não conta a história completa. “De todos os casos reportados globalmente até agora, 93% estão em apenas quatro países”, disse, referindo-se a China, Coreia do Sul, Itália e Irã.
O acompanhamento em tempo real que vem sendo feito pela OMS apontava até as 14h desta segunda a ocorrência da doença em 105 países, 110.029 casos confirmados e 3.817 mortes.
O diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, explicou que é momento de parar para pensar se trata-se de uma pandemia. Ele explicou que não existe uma regra clara para definir uma pandemia e que há uma preocupação em como governantes vão reagir a isso.
Conforme a OMS, a China tem 80.904 casos; a Coreia do Sul, 7.382; a Itália, 7.375; o Irã, 6.566; a França, 1.116 e a Alemanha, 1.112. A Espanha, que mais que dobrou o número de casos em 24 horas, já aponta 999 casos, podendo em breve passar a barreira dos mil casos.
Ryan comentou que a estratégia da Itália de proibir viagens. Segundo ele, a medida serve para dar tempo para outras regiões do país se prepararem para receber casos, e não é exatamente para evitar expansão de casos na zona vermelha, que envolve a Lombardia e mais 14 províncias, que entraram em quarentena na madrugada de domingo. A intenção é de que o atendimento de saúde possa se concentrar lá.