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Os 300 milhões de reais que a JBS/Friboi doou a candidatos e partidos nas eleições de 2014 são o auge de um sistema de financiamento que gasta muito para receber favores depois

Políticos estavam identificados por codinomes. (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

Responsável pela delação que está levando caciques da política nacional para o abatedouro, a JBS já foi o filé mignon dos doadores de campanha. A maior exportadora de carne bovina do mundo doou, oficialmente, mais de 300 milhões de reais a candidatos e partidos nas eleições de 2014, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

É muito dinheiro, principalmente quando comparado com a segunda colocada”, avalia o cientista político Lier Pires Ferreira. A diferença é abissal. Depois da JBS quem mais contribuiu com as campanhas foram as construtoras Andrade Gutierrez, com 10,4 milhões de reais, Queiroz Galvão, 8,8milhões de reais, OAS 7 milhões de reais e UTC Engenharia, com 6,8 milhões de reais.

O cientista político destaca que está mais do que claro que a JBS doava em busca de vantagens. “É um aliciamento das forças políticas”, lamenta. Segundo ele, o que chama a atenção é que, na delação, a JBS aponta muitas doações de boa vontade.

Segundo Ferreira, as doações registradas no TSE não correspondem à realidade. “Falta a Odebrecht com seu departamento de propinas”. Entre 2008 e 2014, a empreiteira fez pelo menos 645 contribuições ilegais a políticos, no valor de 246 milhões de reais, bem menos do que a JBS declarou em 2014.

 

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