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Os britânicos foram às ruas pedir um novo referendo sobre o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia

Milhares de manifestantes se concentram na Trafalgar Square. (Foto: Reprodução)

Cerca de 100 mil britânicos participaram de uma manifestação no Centro de Londres neste sábado (23) para pedir ao governo um novo referendo sobre o Brexit. Com cartazes e bandeiras do Reino Unido, da Irlanda e da União Europeia, os manifestantes pediram o “voto do povo” sobre a retirada britânica do maior bloco econômico e político do mundo.

No segundo aniversário do referendo que determinou — por 52% contra 48% dos votos — a saída do Reino Unido da União Europeia, pesquisas mostram que a população continua dividida. Muitos ainda não sabem exatamente as consequências dessa decisão e existe muita confusão, mas não houve uma mudança clara de posição no sentimento pró ou contra o Brexit.

A campanha “People’s Vote” (voto do povo) reúne vários grupos pró-Europa e exige do governo um novo referendo. Neste sábado, eles se concentraram na Trafalgar Square e marcharam pela avenida Pall Mall até a sede do Parlamento. Após a derrota no referendo do Brexit, os ativistas pedem uma votação sobre os termos do acordo de retirada do bloco europeu.

“As pessoas estão vendo políticos fazerem uma bagunça catastrófica de um acordo muito ruim no qual elas não votaram”, disse um porta-voz da campanha, à agência de notícias Reuters. “É o povo dizendo à elite política que eles estão errados.”

Partidos não apoiam uma nova consulta popular

Apesar da divisão na sociedade, nenhum dos dois principais partidos políticos do Reino Unido apoiam a campanha por uma nova consulta popular. Uma pesquisa realizada pelo instituto Survation no início da semana passada mostrou que 48% dos entrevistados apoiam um referendo sobre o acordo final do Brexit, enquanto 25% se opõem.

Entretanto, ainda não existem termos de como será a saída do bloco, com disputas internas, tanto na base do governo conservador da primeira-ministra, Theresa May, quanto na oposição, sobre como serão os novos laços comerciais com a União Europeia.

Boris Johnson pede celeridade

Em artigo publicado neste sábado no jornal “Sun”, o ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, um dos principais apoiadores do Brexit, defendeu que há dois anos os britânicos votaram pela “liberdade para se livrar dos espartilhos das regulações e regras da União Europeia”. Dessa forma, qualquer suavização do acordo final, como a continuação no mercado comum, não é bem-vinda.

Segundo Johnson, aqueles que votaram pelo Brexit não mudaram de ideia, mas querem celeridade no processo de transição, não negociações que parecem infinitas. Contudo, as negociações são necessárias para minimizar as perdas do Reino Unido. Na sexta-feira (22), a Airbus alertou que se o Brexit se der sem um acordo, a companhia será obrigada a reconsiderar sua posição no país, colocando em risco empregos e a geração de riqueza.

 

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