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Os criminosos que mataram a vereadora Marielle não levaram 346 reais e três celulares

O carro em que Marielle estava foi atingido por 13 disparos, quatro atingiram a vereadora. (Foto: Mário Vasconcellos/Câmara do Rio)

Os criminosos responsáveis pelo assassinato de Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes deixaram para trás R$ 346 e três celulares que estavam com as vítimas dentro do Chevrolet Agile branco da vereadora.

O dinheiro e os aparelhos foram apreendidos por agentes da DH (Delegacia de Homicídios), que investigam o crime. Para os investigadores, o fato de nada ter sido levado comprova a linha de investigação de que Marielle foi executada.

No local do crime, os policiais também apreenderam nove estojos de calibre 9mm de duas marcas marcas diferentes, uma brasileira e outra colombiana. Para a polícia, o atirador fez os disparos e, logo em seguida, os criminosos fugiram, sem nem desembarcar do veículo.

Para a polícia, de dois a três carros participaram do crime: um Cobalt prata, onde estava o atirador, outro veículo, que foi flagrado por câmeras da CET-Rio já obtidas pela DH se dirigindo para o local do crime e supostamente um terceiro, que teria troca sinais de farol com o segundo. De acordo com os agentes da especializada, no segundo veículo, estavam homens que observavam a movimentação da vereadora durante o evento que ela participava, na Lapa, antes do crime. Entretanto, após a saída de Marielle do local, na Rua dos Inválidos, o carro segue o Cobalt.

Uma das testemunhas que já prestaram depoimento foi a assessora da parlamentar que sobreviveu ao ataque. Ela ficou ferida por estilhaços de vidro e foi ouvida pela polícia por quase cinco horas na DH.

Munição

A munição utilizada pelos criminosos que mataram a vereadora com tiros de uma pistola calibre 9mm na quarta-feira (14) é de um lote vendido para a PF (Polícia Federal) de Brasília (DF) em 2006.

A Polícia Civil já descobriu que a munição é original – quer dizer, não foi recarregada. Isso porque a espoleta, que provoca o disparo da bala, é original.
Segundo a investigação, o lote de munição UZZ-18 foi comprado no dia 29 de dezembro de 2006, com duas notas fiscais da Companhia Brasileira de Cartuchos.

A munição desse mesmo lote foi usada na maior chacina de São Paulo, em 2015, quando 17 pessoas morreram, e nos assassinatos de cinco pessoas em guerras de facções de traficantes em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Na época da chacina paulista, foram apreendidas cápsulas de outros quatro lotes, que pertenciam, além da PF, à Polícia Militar paulista e ao Exército.

Agora, as polícias Civil e Federal vão iniciar um trabalho conjunto de rastreamento. A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local do crime.

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